Uma equipa de cientistas da Universidade de Toledo descobriu uma classe inteiramente nova de agentes que matam o cancro e que prometem erradicar células estaminais cancerígenas.
As descobertas da equipa da Universidade de Toledo podem revelar-se um verdadeiro avanço não só no tratamento de tumores, como também na garantia de que o cancro não volta anos depois. Esta descoberta dá uma certa tranquilidade aos pacientes de que a sua doença realmente desapareceu.
“Nem todas as células cancerígenas são iguais, mesmo as do mesmo tumor”, disse o investigador William Taylor, professor do Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências Naturais e Matemática da Universidade de Toledo.
“Há muita variabilidade e algumas das células, como as células estaminais cancerígenas, são muito desagradáveis. Toda a comunidade científica está a tentar descobrir como matá-las, e esta pode ser uma forma de o fazer”, acrescentou, citado pelo EurekAlert.
As células estaminais cancerígenas são um alvo intrigante para os cientistas devido ao seu potencial de regenerar tumores.
Quando os médicos removem um tumor cirurgicamente ou o direcionam com a ajuda de quimio ou radioterapia, o cancro pode desaparecer (pelo menos aparentemente). No entanto, as evidências sugerem que uma pequena subpopulação de células cancerígenas adaptáveis pode continuar a circular pelo corpo para semear novas metástases em locais distantes.
A pequena molécula que os investigadores isolaram prende-se a essas células estaminais e mata-as, bloqueando a absorção de um aminoácido chamado cistina. Para a equipa, que publicou recentemente o seu estudo na revista Scientific Reports, a descoberta de uma nova classe de moléculas terapêuticas pode ser uma valiosa contribuição para a pesquisa da doença.
“Atualmente, não há fármacos capazes de matar células estaminais cancerígenas, mas continuamos à procura. Muitas drogas são descobertas por serendipidade. Muitas vezes, em Ciência, quando obtemos resultados inesperados, aceitamos de bom grado uma vez que abrem uma nova linha de pesquisa”, resumiu Taylor.
Os cientistas vão continuar a testar a eficácia da terapia recém-identificada. Como as moléculas visam seletivamente as células estaminais cancerígenas, é possível que elas possam ser combinadas com outras drogas quimioterápicas de forma a oferecer um tratamento mais abrangente.