Uma norte-americana teve que amputar as mãos e os braços por causa da bactéria Capnocytophaga canimorsus, que pode ser transmitida por mordidas, arranhões e lambidelas de cães e gatos.
Após umas férias em Punta Cana, Marie Trainer começou a sentir dores nas costas e náuseas e a ter febres altas que a levaram às urgências de um hospital em Ohio, nos Estados Unidos. Nove dias depois, a norte-americana acordou numa cama de hospital, com as mãos e pernas amputadas, escreve a CNN.
Os médicos demoraram uma semana para descobrir que a mulher sofria não de uma doença de viagem “tropical”, como tinham suspeitado, mas de uma infeção grave causada pelas lambidelas do seu pastor-alemão, que provavelmente lambeu uma ferida aberta.
Esta rara infeção é provocada pela bactéria Capnocytophaga canimorsus, encontrada na boca de cães e gatos, de acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC). Pode espalhar-se através de mordidas, arranhões e lambidelas de animais de estimação.
Em declarações ao jornal, Margaret Kobe, a médica que tratou Trainer, recorda que a paciente estava em “estado de delírio” quando entrou na unidade de saúde e, pouco depois, ficou inconsciente, tendo-lhe sido induzido o coma. Além disso, a sua pele começou a ficar vermelho-arroxeada, tendo evoluído para gangrena.
A maioria dos humanos em contacto com cães e gatos não fica doente, e é raro que esta bactéria cause doenças. As pessoas com maior risco são aquelas com um sistema imunitário fraco como, por exemplo, pacientes com cancro, diabetes ou VIH.
Segundo o CDC, os pacientes infetados podem apresentar sintomas dentro de três a cinco dias, embora alguns possam apresentar sinais mais cedo ou mais tarde e, em casos raros, podem desenvolver sépsis. De acordo com as estatísticas, três em cada dez pessoas que desenvolvem esta infeção grave morrem e a Capnocytophaga foi detetada em 74% dos cães. Os animais podem ser testados, mas os resultados podem mudar com o tempo.
Até agora, a norte-americana já passou por oito cirurgias e em breve vai ser transferida do hospital para um centro de reabilitação, onde vai aprender como usar próteses.