Voar com a Ryanair não será tão barato como era. A companhia aérea vai passar a cobrar 6 euros pelo transporte de bagagem de mão a partir de 1 de novembro.
A medida, que vai ser implementa já a partir desta quinta-feira, obriga os passageiros não prioritários a pagaram 6 euros para poderem transportar bagagem de mão até 10 quilos a bordo e 8 euros para despacharem a mala para o porão, de acordo com o Observador.
A mudança no sistema vem com a nova política aplicável aos viajantes que não compraram bilhete prioritário, anunciada em agosto: os clientes com bilhete prioritário têm transporte de bagagem de mão e de porão incluída, enquanto que os clientes não prioritários terão de pagar para poderem levar bagagem de mão a bordo
Atualmente, a Ryanair permite ao viajante com bilhete não prioritário transportar apenas uma mala pequena ou uma mochila, no máximo com 40 centímetros de comprimento, 25 de altura e 20 de largura. Esta alteração é uma forma de diminuir os atrasos nos voos que se têm verificado por complicações relacionadas com o excesso de bagagem de mão que os clientes trazem para o avião.
Em Espanha, a medida já gerou controvérsia, sendo que associações de defesa do consumidor que classificaram a política como ilegal. “É um aumento de preço ilícito que não pode ser permitido”, afirmou Ruben Sanchez, porta-voz da FACUA, uma associação de proteção dos direitos do consumidor espanhola.
A organização alega que este novo sistema é apenas uma forma de a companhia aérea ganhar mais dinheiro. O mesmo grupo apontou ainda que as companhias aéreas só podem cobrar pelas bagagens de mão “por razões de segurança, relacionadas com o peso ou tamanho do objeto, de acordo com as características da aeronave”.
“Esta medida é o mesmo que cobrar para se sentar no avião como se fosse uma tarifa à parte. É o mesmo porque a mala é uma necessidade fundamental quando se vai viajar e que tem de ser satisfeita sem necessidade de se pagar um extra”, reforça o porta-voz da associação espanhola.
Na sequência da queixa apresentada pela FACUA, a Agência Espanhola de Segurança e Proteção da Aviação (AESA) está a analisar a nova política de bagagem da Ryanair para verificar se está em conformidade com as leis espanholas e europeias.
Em Portugal, não se coloca a ilegalidade da medida em cima da mesa. A associação de defesa do consumidor DECO considera que esta medida “não é ilegal”, mas “levanta preocupações”, além de “contrariar uma prática comum do setor”.
A associação considera ainda que a forma como a decisão será implementada levanta várias dúvidas: “A medida será aplicada a partir de novembro a todos os voos, ou somente a quem comprar bilhete após essa data?”, questionou a DECO.
A Ryanair é a primeira companhia aérea a adotar esta medida, uma vez que esta medida não é aplicada em mais nenhuma companhia lowcost como a EasyJet, a Vueling, a Iberia, a AirEuropa e a AirLingus.
Fonte: ZAP