Nos Estados Unidos, já há empresas a implementar a semana de quatro dias de trabalho. O balanço é positivo.
Entre os países desenvolvidos, os Estados Unidos são, em termos de horas de trabalho, um dos mais sobrecarregados. Segundo os dados mais recentes do Departamento do Trabalho norte-americano, um funcionário trabalha, em média, 42,5 horas por semana. Este número equivale a 1,5 vezes a média de horas semanais da Holanda, por exemplo.
Contudo, à medida que o desemprego diminui e a preocupação pública com o burnout no local de trabalho cresce, os empregadores norte-americanos estão, finalmente, a adotar a política de quatro dias de trabalho, que os especialistas têm vindo a defender nos últimos tempos.
A Shake Shack, uma cadeia de hambúrgueres dos Estados Unidos, está a testar esta política como um novo incentivo para recrutar novos funcionários.
Randy Garutti, CEO da empresa, disse numa conferência para investidores em março que o programa piloto parece ser uma boa oportunidade para testar este tipo de horário de trabalho. Nesta empresa, os funcionários têm de trabalhar 40 horas por semana – só precisam de condensar essas horas em quatro dias de trabalho, em vez de cinco.
Outras empresas mais pequenas estão a testar o mesmo modelo, mas a reduzir as horas para 32 semanais. A Wildbit, uma empresa de software com sede na Filadélfia, implementou este sistema de 32 horas de trabalho em quatro dias há dois anos, e viu a produtividade crescer.
Ao Observer, a CEO Natalie Nagele explicou que este sistema permite que os funcionários se reagrupem de forma a voltarem cheios de energia para trabalhar às segundas-feiras. Nagele a extraiu a inspiração do livro Deep Work, no qual o cientista de computação Cal Newport discute a capacidade dos cérebros humanos.
“O cérebro humano só consegue ser produtivo durante quatro horas por dia“, explicou Nagele. “Depois dessas quatro horas, ou fazemos coisas menos importantes, ou a qualidade do nosso trabalho diminui.”
Fonte: ZAP