A Huawei vai perder o acesso a atualizações do sistema operacional Android. A próxima versão dos smartphones fora da China perderá também o acesso a aplicações e serviços populares.
Depois de Donald Trump ter colocado a gigante chinesa de telecomunicações Huawei na lista negra, a Google suspendeu todos os negócios com a empresa que exigem a transferência de produtos de hardware e software – exceto os que estão cobertos por licenças de código aberto – avança a agência Reuters.
Mas a Google não foi a única: as fabricantes de chips Intel, Qualcomm, Xilinx e Broadcom já terão comunicado também aos funcionários que, até ordem em contrário, todas as entregas à Huawei estão suspensas, avança a Bloomberg.
A Huawei perderá assim acesso a atualizações do sistema operacional Android. A próxima versão de seus smartphones fora da China também perderá acesso a aplicações e serviços populares, incluindo a Google Play Store e o Gmail, adianta a mesma fonte.
A Huawei continuará, no entanto, a ter acesso à versão do Android disponível através da licença de código aberto. Mas a Google deixará de fornecer suporte técnico e colaboração para os serviços do Android e da Google para a Huawei.
Ryan Koontz, da Rosenblatt Securities, adiantou que as consequências serão pesadas, ou não fosse a Huawei “fortemente dependente de produtos semicondutores fabricados nos Estados Unidos, pelo que sem o fornecimento desses componentes-chave ficará seriamente debilitada”.
Segundo o mesmo analista, isto “poderá fazer com que a China adie a implementação da rede 5G até que a proibição seja levantada, o que terá impacto em muitos fornecedores internacionais de componentes”.
O rompimento com a Huawei acontece três dias depois e presidente norte-americano, Donald Trump, ter declarado “emergência nacional” e emitido uma ordem executiva a proibir empresas do país de usarem equipamentos de telecomunicações de empresas estrangeiras consideradas de risco.
A ordem autorizou o Departamento do Comércio a impedir negócios que envolvam tecnologias desenvolvidas por “adversários estrangeiros” que a Casa Branca considera que estão a explorar vulnerabilidades nos serviços e infraestruturas tecnológicas de informação e comunicação dos Estados Unidos para espionagem ou sabotagem.
O decreto presidencial dava 150 dias ao Departamento do Comércio para levar a cabo a medida, estabelecendo as proibições.
O Departamento do Comércio colocou também a Huawei na “lista negra” dos Estados Unidos, o que poderá impedir as empresas norte-americanas de venderem os seus produtos à gigante chinesa. Esta decisão exige que as empresas norte-americanas obtenham licença para vender tecnologia crítica à Huawei.
Huawei diz que é “parceiro chave” do Android
Em resposta, a Huawei assegurou esta segunda-feira ter feito “contribuições substanciais” para o desenvolvimento do sistema operativo Android, garantindo que continuará a disponibilizar atualizações de segurança e serviços pós-venda a todos os seus equipamentos.
“A Huawei fez contribuições substanciais para o desenvolvimento e crescimento do Android. Como um dos seus parceiros chave globais, trabalhámos estreitamente com a sua plataforma de código aberto para desenvolver um ecossistema que beneficiou tanto os utilizadores como a indústria”, refere a empresa chinesa num comunicado emitido após ter sido divulgado que a Google deixará de vender componentes e software da marca.
A Huawei informa que continuará a fornecer atualizações e serviços pós-venda a todos os seus equipamentos, tanto “aos que já foram vendidos, como aos que ainda estão em armazém”.
Fonte: ZAP