Os esforços chineses para optar por energias renováveis parecem estar a ser sabotados pelos combustíveis fósseis. A poluição do ar é de tal forma intensa que bloqueia a luz solar e afeta os painéis solares.
A batalha entre combustíveis fósseis e energias renováveis é cada vez mais intensa. Enquanto alguns países deram com vigor o salto para as energias mais do ambiente, outros estão mais reticentes e continuam a depender em demasia de combustíveis fósseis como o carvão.
Este é o caso da China onde a regulamentação ambiental pouco estrita deixa grande parte do país mergulhado numa nuvem de fumo. No entanto, não só a produção de energia através de combustíveis fósseis está a afetar o ambiente na China, como está também a “sabotar” o trabalho de painéis solares.
Um estudo publicado no ano passado na revista científica Journal of Climate mediu a radiação solar na China desde os anos 50 até 2016. Os resultados mostram uma queda intensa até sensivelmente 2005, fortemente justificada pela crescente poluição atmosférica causada pela queima de carvão e pela indústria.
A China tem feito grandes progressos neste setor, assumindo-se como líder na construção de painéis solares. Segundo o Ars Technica, entre 2010 e 2017, a capacidade solar da China passou de apenas 1 gigawatt para 130 gigawatts. Os asiáticos esperam atingir os 400 gigawatts até 2030.
As preocupações ambientais crescentes levaram a China a tomar estas medidas rumo a alternativas mais amigas do ambiente. No entanto, Bart Sweerts, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, notou que imensa produção de energia solar estava a ser perdida devido à impuridade da atmosfera.
Os dados recolhidos por Bart mostram que a poluição atmosférica bloqueia 13% da produção de energia solar — mas este nem é o pior dos casos. Em algumas províncias chinesas, a limitação variava entre os 20 e os 28%. Se a China pudesse voltar a ter a qualidade do ar que tinha em 1950, os painéis solares chineses conseguiriam produzir uns adicionais 14 terawatts por hora.
Fonte: ZAP