À medida são realizados testes em todo o mundo, torna-se cada vez mais claro que nenhum país está perto de atingir a “imunidade do grupo”, que ocorre quando um número suficiente de pessoas é infetado e se recupera, desenvolvendo anticorpos que impedem a propagação do vírus.
De acordo com um artigo do Business Insider, os especialistas estimam que a imunidade de grupo pode ocorrer quando 70% da população foi infetado e recuperou. Até agora, a primeira onda de infeções causou mais de 300 mil vítimas mortais. Mesmo nos países mais atingidos, os investigadores indicam que apenas 10% da população criou anticorpos.
Estudos divulgados esta semana em Espanha e na França sugeriram que apenas 5% das pessoas desenvolveram anticorpos. Ambos os países registavam, na quinta-feira, mais de 27 mil mortes pelo vírus.
Nos Estados Unidos (EUA), onde já morreram quase 85 mil pessoas, as perspetivas de imunidade em massa não são melhores. Em abril, um estudo norte-americano estimou que entre 2,5% e 4,2% dos moradores de Santa Clara, na Califórnia, tinham anticorpos. Outro estudo, de Los Angeles, calculou algo semelhante: entre 2,8% e 5,6%.
Um estudo de anticorpos de Nova Iorque descobriu que 13,9% dos residentes daquele estado haviam sido infetados com o coronavírus. Na cidade de Nova Iorque, a percentagem de pessoas com anticorpos era de 21,2%. Esse número está ainda muito longe dos 50 a 70% necessários para atingir a imunidade de grupo.
De acordo com o Business Insider, isso não é um bom presságio para outras zonas dos EUA que ainda não enfrentaram ondas devastadoras de infeção, como a que matou mais de 27.500 pessoas em Nova Iorque.
A Suécia, onde o Governo permitiu que a vida continuasse normal desde o início da pandemia, também está longe da imunidade de grupo. A agência de saúde pública sueca estimou que, na melhor das hipóteses, um quarto da população de Estocolmo poderá ter contraído o vírus. Mais de 3.500 pessoas morreram (12% dos casos confirmados).
Eventualmente, continuou o Business Insider, as comunidades ou países podem atingir a imunidade de grupo através da vacinação. Contudo, alguns especialistas indicam que o mundo deve planear os próximos dois anos da covid-19 sem uma vacina.
Até que uma vacina fique amplamente disponível, recomendam a monitorização do vírus, através de testes, isolando os infetados e as pessoas com quem teve contato. Talvez também seja necessário que os governos levantem novamente as medidas de contenção caso as infeções ameacem ultrapassar a capacidade dos hospitais.