Um estudo do FMI revela que economia portuguesa tem os custos laborais mais baixos no conjunto dos países que foram submetidos a programas de ajustamento na sequência da crise financeira e da dívida. Mesmo com a retoma registada em 2017, Portugal ainda não recuperou da troika.
Os dados constam de um relatório anual do FMI sobre a Grécia, que foi esta semana divulgado a analisou quatro países – Portugal, Grécia, Irlanda e Espanha (que também é considerada porque teve um programa de ajustamento ainda que só dedicado aos bancos).
De acordo com o documento, estes países reduziram de forma muito pronunciada os custos unitários do trabalhador, sobretudo entre 2014 e 2016, com descidas na ordem dos 10% ou 15%, aponta o Diário de Notícias nesta sexta-feira.
No caso de Portugal, os custos por trabalhador terão caído cerca de 15% desde 2014, o último ano do programa de ajustamento. Em 2017, voltaram a subir ligeiramente (menos de 2% em termos nominais), não se prevendo uma aceleração. Ainda assim, dos quatro países em análise, Portugal continua a ser aquele em que houve menos recuperação.
A Comissão Europeia prevê que os custos unitários do trabalho portugueses tenham uma evolução relativamente fraca em 2018 e 2019. Mesmo com os aumentos do salário mínimo e a política da reposição de rendimentos dos últimos anos, esses custos, embora subam, estão em desaceleração outra vez.
O FMI repara ainda que “os custos laborais unitários mais baixos ajudaram os quatro países a recuperar a competitividade”. Mas salientando que “esse declínio foi baseado em salários mais baixos em vez de ganhos de produtividade”.
Fonte: ZAP