
Empreiteiro português Márcio Inverneiro mostra como qualquer descuido ou procedimento inadequado pode causar sérios problemas, e que podem ser tão facilmente evitados.
Um estaleiro de obras é um ambiente onde o trabalho em equipe é primordial. Se cada um fizer sua parte, toda a equipa sai a ganhar e o trabalho terá as melhores recompensas. Mas, antes de mais nada, é preciso lembrar o quanto a segurança é essencial para que tudo corra bem e ninguém tenha que sofrer os danos de uma atividade mal executada.
Qualquer descuido ou um procedimento feito de maneira inadequada pode causar acidentes, logo, colocando em risco não apenas a integridade física dos envolvidos com a construção, mas também a obra em geral. Não é segredo para ninguém que muitos serviços executados ali são perigosos, como o trabalho em alturas bastante elevadas ou a manutenção de maquinária pesada. Outros riscos também existem, por isso o empreiteiro português Márcio Inverneiro explica como o uso de equipamentos de segurança de modo correto podem evitar uma série de transtornos.
Recentemente, por exemplo, um operário morreu em Portugal após ter ficado soterrado numa obra. O empreiteiro lembra que infelizmente situações como essa podem acontecer: “Deslizamentos de terra como esse são um dos muitos incidentes que podem frequentemente ocorrer numa empreitada”, lamenta.
Apesar do Brasil ter o número de acidentes no canteiro ter recuado 55% entre 2012 e 2017, a quantidade ainda é algo que preocupa. As principais causas são impactos com objetos, quedas, choques elétricos, soterramento ou desmoronamento. Por isso Márcio lembra que “é preciso levar em conta o perigo inerente dos trabalhos realizados no canteiro de obras. Mas isso não pode ser utilizado como uma desculpa para a sua ocorrência, já que existem diversas ações para a prevenção de acidentes no canteiro de obras”, destaca.
Além disso, Márcio Inverneiro reforça que “é importante que todos os trabalhos sejam precedidos de um levantamento de todos os riscos inerentes aos trabalhos a executar e que sejam definidas estratégias de prevenção”. Em situações que podem ocorrer deslizamentos, como esta que aconteceu em Portugal, “os trabalhadores devem ter atenção especial ao tipo de solo, às condições meteorológicas e ao declive e natureza do talude que se estaria a executar”, orienta.
Nestes casos, Márcio lembra a importância de todos os trabalhadores usarem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “Eles servem para garantir a segurança dos trabalhadores de uma obra e diminuir o risco de acidentes. A empresa responsável deve exigir e fiscalizar a utilização dos equipamentos pelos profissionais”, destaca.
Vale lembrar que, “cada tipo de obra requer um conjunto específico de EPIs, que são indicados conforme os riscos envolvidos no projeto. Além disso, os funcionários também devem ser treinados para a utilização correta dos equipamentos”, comenta o empreiteiro.Porém, não basta fornecer um conjunto completo de EPIs aos funcionários da obra e acompanhar seu uso. “É preciso manter os equipamentos em bom estado, fazendo vistorias periódicas. Os EPIs desgastados ou com problemas devem ser consertados ou substituídos, para que não ocasionem acidentes”, salienta o empreiteiro.
Além deles, é importante observar que “os equipamentos e maquinários de uso coletivo também precisam ser bem cuidados e passar por manutenções quando necessário. Isso porque previnem, muitas vezes, a quebra dos mesmos; e evitam atrasos no cronograma e acidentes por conta de falhas na maquinária”, completa.
Tais cuidados podem até ajudar no bolso. Afinal, “os custos de realizar uma manutenção preventiva costumam ser menores do que substituir o maquinário, caso esse estrague”, finaliza.