O primeiro-ministro, António Costa, vai reunir-se esta segunda-feira com o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, para começarem a preparar o levantamento de algumas das actuais restrições às celebrações religiosas.
No encontro, marcado para as 9h da manhã, no Seminário dos Olivais, em Loures, estarão em cima da mesa a actual proibição das reuniões e celebrações religiosas presenciais, bem como o adiamento de casamentos e baptizados. Do mesmo modo, e numa interdição que vigora para todo o tipo de cerimónias fúnebres, os funerais estão reduzidos ao mínimo. Presentes podem estar apenas os familiares directos e os velórios podem ser feitos mas apenas no dia em que a pessoa vai a enterrar, e sem o habitual cortejo fúnebre. De acordo com a mesma lógica de minimização dos riscos de contágio, os enterros passaram a fazer-se sem missa.
A notícia, avançada pela Rádio Renascença, permite assim vislumbrar o relaxamento de algumas destas interdições, que vigoram desde o passado dia 13 de Março, fazendo antever que, ao fim de mais de um mês, as missas poderão voltar a ter assistência, ainda que, como é mais provável, esta se faça sob certas condições que salvaguardem a distância entre fiéis e minimizem o risco de contágio pelo novo coronavírus. Este encontro acontece a menos de um mês das celebrações do dia 13 de Maio, que juntam, todos os anos, em Fátima, milhares de crentes e peregrinos e que este ano poderão realizar-se com algumas limitações.
Esta abertura enquadra-se, de resto, no programa de desconfinamento progressivo que o Governo já anunciou, aquando da mais recente renovação do “estado de emergência”, visando um tímido e fragmentado regresso à “vida normal” e que poderá contemplar, já em Maio, o retomar das aulas presenciais para os alunos do 11.º e 12.º anos (ainda que em horários mais tardios do que os laborais, para evitar o congestionamento dos transportes públicos), bem como a abertura das creches e, algum tempo depois, do pré-escolar. Está de igual modo prevista a abertura do pequeno comércio e várias repartições públicas deverão retomar o atendimento presencial.