Primeiro seminário abordou o processo, os desafios e as oportunidades da candidatura a área protegida
Após vários anos de um longo trabalho de caracterização do seu património, o processo de reconhecimento da Serra da Aboboreira, enquanto Paisagem Protegida Regional, está prestes a ser concluído e deverá ser uma realidade no decorrer do mês de fevereiro.
Esta proposta tem como objetivo o investimento nas potencialidades da região e pretende dar resposta à necessidade de estabelecer um plano de ação e um modelo de gestão que permita uma interação harmoniosa entre o homem e o território, de forma a “criar alguma regulamentação, não no sentido de proibir, mas de incutir o conhecimento e o respeito pela natureza, e, assim, preservar os seus valores naturais e culturais de forma mais sustentável e responsável”, afirma Ricardo Magalhães, Secretário-Geral da Associação de Municípios do Douro e Tâmega.
“A Serra da Aboboreira apresenta alguns efeitos de abandono da própria população por falta de atividades e recursos económicos. A classificação pode dar-lhe, então, essa visibilidade ou essa atenção que não tem neste momento, e é esta a direção que queremos seguir”, refere o responsável.
A candidatura a área protegida tem sido um dos principais focos dos três concelhos envolvidos, Amarante, Baião e Marco de Canaveses, assumindo estes um papel cada vez mais ativo na promoção do território.
Desta forma, o município de Amarante recebeu ontem aquele que foi o primeiro de três seminários temáticos, promovidos pela Associação de Municípios do Douro e Tâmega, cuja finalidade passa pela promoção e reconhecimento da Serra da Aboboreira enquanto Paisagem Protegida Regional.
A sessão, que teve lugar no auditório do Instituto Empresarial do Tâmega, foi iniciada pelo Presidente da Câmara Municipal de Amarante, José Luís Gaspar, e contou com a presença de vários especialistas, que deram desenvolvimento às principais questões associadas à temática da candidatura da Serra a área protegida.
Num primeiro momento, estiveram presentes Ricardo Magalhães, Secretário-Geral da AMDT, e João Honrado, professor e investigador na Universidade do Porto, CIBIO/BIOPOLIS, que deram a conhecer as motivações, o processo de classificação e os seus valores e objetivos, respetivamente.
Já num segundo painel, foi apresentada uma mesa redonda, na qual foram discutidas as oportunidades e os desafios na implementação e gestão da paisagem protegida, por Miguel Portugal, Chefe da Divisão de Áreas Classificadas do Norte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas; Luís Brandão Coelho, Diretor Regional Adjunto da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte; e Gonçalo Rodrigues, Vereador da Câmara Municipal de Ponte de Lima, com a moderação de Joaquim Mamede Alonso, docente e investigador no Instituto Politécnico de Viana do Castelo, CIBIO/BIOPOLIS.
Cristina Vieira, Presidente do Conselho Diretivo da Associação de Municípios do Douro e Tâmega, finalizou o seminário, destacando o grande desafio que se avizinha, “para os autarcas, para os habitantes, mas também para aqueles que visitam e para aqueles que daí poderão, eventualmente, retirar algum poder económico. É importante que assumamos todos uma atitude proativa e pedagógica, de forma a atrair pessoas à região”.
É de relembrar que, em fevereiro, será a vez de Baião e Marco de Canaveses darem continuidade à iniciativa, com o Seminário “Património Natural”, no dia 2, e “Património Cultural e Paisagístico”, no dia 23, respetivamente.
De referir que a iniciativa é financiada pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional Regional do Norte e comparticipada pela União Europeia.
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