As novas recomendações impostas pelo Banco de Portugal ao crédito habitação avançam em abril. Podem estas alterações afetar quem pretende comprar casa?
É já a partir de dia 1 de Abril que irão entrar em vigor as novas medidas impostas pelo Banco de Portugal no crédito habitação. Mas sabe como é que estas alterações o podem afetar?
Ainda que este assunto tenha ganho algum destaque há relativamente pouco tempo, saiba que estas recomendações não são recentes, já que as medidas em causa já foram definidas pelo Banco de Portugal em meados de 2018.
Segundo o próprio Banco de Portugal, o objetivo destas recomendações é de diminuir o prazo médio de pagamento para próximo dos 30 anos, até ao final de 2022, reduzindo assim os riscos excessivos associados à conceção do crédito habitação por parte das entidades bancárias.
Este acaba por ser um motivo válido, já que Portugal é dos países da Europa que possui um prazo mais alargado para o pagamento da habitação. A solução encontrada para atingir esta meta foi através da limitação do prazo de pagamento máximo em função da idade dos consumidores.
Desta forma, irão entrar em vigor já a 1 de Abril, os novos limites máximos de pagamento para os novos créditos habitação. Até agora, a maioria dos portugueses optou por pedir um crédito habitação com uma maturidade máxima de 40 anos, caso no final do contrato não fosse atingida uma idade superior a 75 anos.
Acontece que este prazo de pagamento, ficará apenas ao alcance de quem faça um pedido de crédito habitação e tenha uma idade inferior ou igual a 30 anos.
Para aqueles que têm uma idade compreendida entre os 30 e os 35 anos, irão conseguir ter acesso a um prazo máximo de pagamento até aos 37 anos.
Para quem pretende adquirir casa própria e tiver uma idade superior a 35 anos, irá conseguir um prazo de pagamento máximo até aos 35 anos.
Mas qual o peso que estas alterações podem ter para alguém com uma idade superior a 30 anos?
Alguém que faça um pedido de crédito habitação e tenha mais de 30 anos, terá um prazo máximo de pagamento de 37 anos. Ora esta redução dos 40 para os 37 anos, implica que terá de pagar o seu empréstimo em menos tempo, logo terá uma prestação mensal ligeiramente superior.
Desengane-se se pensa que estas limitações têm apenas pontos negativos, pois para além de pagar o seu crédito em menos tempo, também ficará com um empréstimo mais barato.
Isto porque quanto menos anos tiver a sua dívida com o banco, menos juros irá pagar pelo empréstimo que contraiu, o que irá resultar num Montante Total Imposto ao Consumidor (MTIC) mais baixo.
No entanto, para empréstimos de montantes um pouco mais elevados, a redução dos limites máximos podem resultar num aumento da prestação maior, o que poderá afetar a sua taxa de esforço.
O possível aumento das taxas Euribor também não vem facilitar, e é provável que as prestações subam ainda mais.
Neste caso, uma forma de contornar esta situação é através de uma maior entrada inicial, ainda que esta solução pode não estar ao alcance de todos.
Isto porque o preço dos imóveis teima em não baixar e obter uma poupança tão elevada pode ser algo complicado de obter, principalmente nos momentos de maior incerteza económica em que vivemos.
Ainda que o prazo de pagamento tenha um peso determinante num empréstimo, acaba por ser apenas um dos fatores a ter em conta na escolha do melhor crédito habitação, já que as comissões e as taxas contratadas vão influenciar bem mais o custo do seu crédito a longo prazo.
Se está a pensar comprar uma habitação com recurso a crédito nos próximos tempos, a análise e comparação das propostas de diferentes entidades bancárias podem ajudá-lo a encontrar a solução mais vantajosa, já que existe cada vez mais facilidade em realizar simulações online de forma bastante simples e intuitiva.