José Sena Goulão / Lusa
António Ramalho, o presidente do Novo Banco.
O chairman do Novo Banco, Byron Haines, liderou um banco detido pelo fundo norte-americano Cerberus. Foi precisamente este fundo a que o Novo Banco vendeu quase 200 imóveis com um desconto de 70%.
O Novo Banco vendeu quase 200 imóveis a entidades ligadas ao fundo norte-americano Cerberus, que detém um banco que foi liderado por Byron Haines, o atual chairman do Novo Banco. O banco português fez um desconto a rondar os 70%, ficando a perder 328,8 milhões de euros, denuncia o Público.
Byron Haines é o atual presidente do Conselho Geral e de Supervisão do Novo Banco e, anteriormente, liderou o banco austríaco BAGAW P.S.K., cujo principal acionista é precisamente o fundo Cerberus.
A transação do “Project Sertorius” foi concretizada por 159 milhões de euros, correspondendo a um desconto de 67,9% face ao respetivo valor contabilístico de 487,8 milhões de euros.
Esta situação motivou uma queixa à ESMA, a Autoridade Europeia de Mercados de Valores Mobiliários, pelos indícios de conflito de interesse e de eventuais decisões ruinosas no Novo Banco.
“O Project Sertorius foi executado num claro conflito de interesses, dado que Haynes, o chairman do Novo Banco, foi até final de 2017 o CEO do BAGAW P.S.K., do qual o Cerberus é o acionista”, lê-se na queixa enviada a 30 de dezembro de 2019.
O denunciante faz um pedido de investigação criminal aos atos de gestão do Novo Banco, deixando várias questões que pretende ver respondidas: “Qual é nome do último beneficiário das entidades detidas indiretamente pelos fundos de investimentos geridos pelo Cerberus?”; “Qual é o montante de crédito concedido pelo Novo Banco ao Cerberus Capital na transação do Project Sertorius”; “Porque que é que o Novo Banco está a esconder informação pública relevante?”; “Será para esconder os montantes de compensação pedidos ao governo português no âmbito do Acordo de Capital Contingente?”.
Fonte: ZAP