Um novo estudo sugere que cientistas criaram um novo teste de sangue capaz de prever a probabilidade de morte de uma pessoa entre os próximos cinco a dez anos.
Nem todos temos curiosidade em saber quando vamos morrer e, portanto, preferimos que aconteça espontaneamente. No entanto, um novo teste de sangue aproximar-nos cada vez mais dessa realidade. O teste desenvolvido por cientistas da Universidade de Leiden, na Holanda, alegadamente revela a probabilidade de uma pessoa morrer num espaço de cinco a dez anos.
O método de análise sanguínea baseia-se em 14 moléculas do sangue que estão associadas a mortes de variadas causas. Uma espécie de pontuação baseada nestes 14 marcadores metabólicos pode sugerir o nosso risco de morte.
“A associação entre a pontuação do nosso biomarcador e a mortalidade é muito forte”, disse a autora do estudo P. Eline Slagboom, especialista em longevidade e envelhecimento familiar humano. Em declarações à revista Discover, a holandesa acrescentou que a descoberta é surpreendente por apenas se basear em 14 marcadores do sangue, “medidos num único ponto da vida das pessoas”.
Se esquecermos as pessoas que simplesmente têm a bizarra curiosidade de saber quando vão morrer, este novo teste pode ter aplicações cruciais na medicina. Isto permite a um médico tomar melhores decisões, sabendo, por exemplo, qual é o risco de morte de um idoso.
O estudo publicado esta terça-feira na revista científica Nature Communications recolheu amostras de sangue de mais de 44 mil cidadãos europeus, com idades compreendidas entre os 18 e os 109 anos. Com esta análise, os cientistas conseguiram identificar com um sucesso significativo os biomarcadores associados à mortalidade.
Alguns dos marcadores, como a proporção de gorduras poliinsaturadas e ácidos gordos totais, foram associados a uma diminuição da mortalidade. Já outros indicadores, como os níveis de glicose, sugerem um aumento da mortalidade.
De acordo com o New Atlas, o resultado da investigação está ainda longe de ser amplamente usado em ambientes clínicos. A visão é partilhada por Amanda Heslegrave, investigadora que não participou neste estudo, mas que defende que é necessária uma maior validação dos resultados.
“É limitado pelo facto de que, sendo apenas dados de europeus, pode não se aplicar a outros grupos étnicos sem estudos adicionais”, explicou.