Através da variação da entropia de um sistema criada por Ludwig Boltzmann, surgiu a ideia de que o Universo poderá ser o resultado de uma flutuação quântica que criou as nossas entidades autoconscientes.
Ludwig Boltzmann, um físico austríaco nascido em 1844, chegou à conclusão, durante os seus estudos, que enquanto a entropia de um sistema – a medida da desordem das partículas num sistema físico – aumenta, há uma pequena possibilidade de uma flutuação quântica organizar um outro sistema em desordem.
Essa flutuação quântica, segundo alguns cientistas, terá originado o nosso Universo.
Contudo, a partir deste trabalho já antigo, surgiu a ideia de que é mais provável que uma flutuação quântica origine algo mais simples do que algo tão complexo como todo o Universo que nos envolve.
Ora, essa conclusão de que a flutuação quântica teve de originar algo mais simples do que o Universo, levou os cientistas a equacionar o que poderia ser.
A solução apresentada pelos cientistas afirma que a solução para esse enigma é a nossa própria entidade consciente que acredita ser uma pessoa inserida num mundo cheio de pessoas e histórias.
Contudo, a pessoa (que afinal seria apenas uma entidade autoconsciente) só teria conhecimentos e experiências “pessoais” criadas pela flutuação quântica que a originou.
Em conclusão, a teoria afirma que nada existe no Universo para além da nossa autoconsciência – ou seja, nós não existimos, apenas a nossa autoconsciência existe e cria todo o Universo.
Estas entidades autoconscientes são chamadas “Cérebros de Boltzmann”, expressão cunhada em 2004 pelos físicos Andreas Albrecht e Lorenzo Sorbo,
O conceito destes “Cérebros de Boltzman” tem sido criticado por alguns cientistas, essencialmente por ser um paradoxo filosófico que não pode ser provado.
O cosmologista e professor de física Sean Caroll, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, diz que estes cérebros são “cognitivamente instáveis” e “não podem simultaneamente ser reais e justificadamente credíveis”.
Apesar de parecer uma ideia demasiado “fora da caixa”, a teoria não consegue ser desmontada e contradita pois, qualquer argumento utilizado contra ela poderá ser uma simples alucinação criada pela nossa entidade autoconsciente.
Apoiantes destes pensamentos solipsistas têm aparecido com mais frequência e até o visionário Elon Musk já afirmou acreditar que vivemos numa simulação.