Por: Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues
O Carnaval, uma das mais ricas e vibrantes tradições culturais, é uma celebração de alegria, cor e identidade cultural. No entanto, quando se trata do Carnaval infantil, é essencial preservar a pureza e a inocência que esta fase da vida merece. O recente desfile promovido pelo Agrupamento de Escolas de Castelo de Paiva, que teve início no Largo do Conde, em Sobrado, trouxe à tona uma preocupante questão sobre o conteúdo das músicas selecionadas para este evento.
Foram tocadas músicas que remetem a conteúdos explícitos e sexualizados, muitos deles oriundos do Brasil, o que contrasta profundamente com o ambiente esperado para crianças. Um exemplo notório é a presença de músicas do artista Oruam, cujo histórico e envolvimento com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro são amplamente conhecidos. Ao permitir que estas músicas façam parte de um evento infantil, não só se promove um artista associado à criminalidade, mas também se expõe as crianças a conteúdos inadequados, que podem influenciar negativamente o seu desenvolvimento.
Um Carnaval infantil deve ser pautado pela escolha de músicas que respeitem a cultura regional e que sejam apropriadas para a faixa etária das crianças. Clássicos do Carnaval, canções tradicionais e melodias que transmitam alegria e inocência devem ser priorizados. Esta é uma oportunidade única para ensinar e reforçar valores culturais, sem recorrer a conteúdos que poluam a mente dos mais novos.
A tradição do Carnaval é uma herança valiosa que deve ser passada de geração em geração, mas sempre respeitando os limites e a natureza das diferentes etapas da vida. Manter a essência da festa, sem perder de vista a responsabilidade para com o público infantil, é um compromisso de todos os que organizam e participam destes eventos. Afinal, a infância é um período curto e precioso, e cabe a nós, adultos, assegurar que seja vivida de forma saudável e segura.