BCP, CGD e Novo Banco vão avançar com um processo conjunto contra Joe Berardo para tentar liquidar parte dos 980 milhões de euros que o empresário lhes deve.
A iniciativa de três dos maiores bancos portugueses acontece depois de, em janeiro, um acordo “derradeiro” entre as instituições financeiras e o comendador ter falhado. Segundo o Correio da Manhã, este será um processo inédito no país.
A proposta então apresentada pelos três bancos incluía um perdão “considerável” da dívida e focava-se essencialmente na Fundação Berardo e na coleção de obras de arte — cujo valor levanta dúvidas.
A fundação apresentava, no final de 2017, um buraco financeiro de 517 milhões de euros, sendo que a Coleção Berardo é composta por 861 obras que, segundo uma avaliação independente realizada em 2007, valem 316 milhões de euros.
Joe Berardo recusou esta proposta, pelo que os três bancos optaram por avançar com o processo judicial, uma estratégia que o antigo presidente do conselho fiscal da CGD, Eduardo Paz Ferreira diz ao CM ser uma “operação kamikaze”.
A estratégia jurídica a ser seguida pelos bancos será a de provar que Joe Berardo é o último beneficiário das empresas “que estão na sua esfera”. Num parecer da Direção de Gestão de Risco da CGD refere-se que apenas uma garagem no Funchal foi detetada enquanto “património direto do empresário”.
Entretanto, o madeirense foi chamado a apresentar um aval pessoal de 38 milhões no banco público, mas vários relatos na comissão de inquérito já admitem que tal não acontecerá.
Um dos negócios de Joe Berardo que poderão vir ser chamados para pagar dívidas é a Quinta da Bacalhôa, empresa com 1200 hectares de vinhas e 40 quintas.
Ao CM, o advogado de Joe Berardo, André Luíz Gomes, disse estar impedido de prestar declarações sobre as negociações com os bancos.
Fonte: ZAP