Uma jornalista de um canal público de televisão pode despedir-se dos telespectadores com a expressão “Até segunda-feira, se Deus quiser”? Para Fernando Câncio, é óbvio que não. A jornalista do Diário de Notícias critica a saudação utilizada pela colega Dina Aguiar no ‘Portugal em Directo’ da RTP1.
“Isto é o quê? A televisão da paróquia?”. A pergunta é lançada por Fernanda Câncio no seu perfil do Twitter, numa crítica a Dina Aguiar, jornalista da RTP, por ela se despedir dos telespectadores, no programa ‘Portugal em Directo’, com a expressão “Até segunda-feira, se Deus quiser”.
“Tive que voltar atrás quando me pareceu ter ouvido isto. Pensei que estava doida, mas afinal não sou eu de certeza. O que raio é isto, RTP? Temos uma TV pública teocrática?“, escreveu Fernanda Câncio no Twitter.
A crítica da jornalista do Diário de Notícias originou uma onda de solidariedade para com Dina Aguiar, com vários jornalistas da RTP, como Fátima Campos Ferreira, Cristina Esteves, João Fernando Ramos, Cecília Carmo e João Tomé de Carvalho, a manifestarem-lhe o seu apoio.
Dina Aguiar também veio a público comentar as críticas de Fernanda Câncio, numa publicação no Facebook onde fala do uso de uma “expressão comum” e sublinha que se despede daquela forma há “40 anos”, depois de ter também apresentado o telejornal na RTP, uma empresa “onde há liberdade de expressão“, reforça.
Os apresentadores Júlio Isidro e Tânia Ribas de Oliveira vieram igualmente a terreiro defender Dina Aguiar. “Eu também me despeço há 11 anos assim querida Dina”, escreveu a apresentadora. Já Júlio Isidro lembrou a “longa carreira” como jornalista de Dina Aguiar, notando que esta “presta serviço público de televisão” num “projeto nobre” como o ‘Portugal em Directo’.
Nas redes sociais, não se fica indiferente ao assunto e para lá do dilema entre a liberdade de expressão e os deveres de laicidade da RTP como canal público, há quem opte por abordar o assunto com bom humor.
SV, ZAP //
Fonte: ZAP