A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) contratou, por ajuste directo, três helicópteros Kamov à Heliportugal, com quem o Estado mantém um litígio judicial, para o período de incêndios de 2018. Um contrato de apenas quatro meses por 3,7 milhões de euros.
O jornal Público revela que, apesar do litígio que o Estado mantém com a Heliportugal, depois de ter rompido o contrato com a empresa para a gestão da frota de helicópteros pesados, a ANPC firmou um contrato por ajuste directo com a operadora dos Kamov.
Está em causa um contrato de 3,7 milhões de euros pelo aluguer de três Kamov por apenas quatro meses, para o período de incêndios de 2018, frisa o diário.
Uma necessidade que resulta do facto de os Kamov do Estado estarem parados desde o início do ano, três por avaria e três devido à falta de uma peça e ao diferendo com a Everjets, a empresa que gere estes helicópteros.
O litígio entre o Estado e a Heliportugal arrasta-se desde 2012, quando o então ministro da Administração Interna do Governo de Passos Coelho, Miguel Macedo, retirou à empresa a gestão da frota de helicópteros pesados. Ainda faltavam 12 anos para o término do contrato e a Heliportugal exige uma indemnização que pode chegar aos 40 milhões de euros.
No início de 2018, o Estado também entrou em divergência com a Everjets, com a ANPC a denunciar o contrato com esta empresa depois de esta se ter recusado a substituir uma peça que já tinha ultrapassado o limite de validade em três Kamov.
Fonte: ZAP