Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, está envolvido em mais uma investigação judicial, desta vez de âmbito internacional, por suspeitas de que participou num esquema de desvio de fundos da petrolífera estatal da Venezuela.
Em causa está um desvio de cerca de 3,5 mil milhões de euros que desapareceram da empresa Petróleos da Venezuela (PDVSA), entre 2007 a 2012, anuncia o Observador.
A investigação internacional que já passou pelos EUA, Espanha e, claro, a Venezuela, chegou a Portugal, com Ricardo Salgado no centro das suspeitas. A ligação do ex-presidente do BES ao venezuelano Rafael Ramirez, que foi presidente da PDVSA entre Novembro de 2004 e Setembro de 2014, é um dos pontos que está a merecer especial atenção dos investigadores.
Salgado terá ordenado pagamentos da ordem dos 100 milhões de euros “a ex-responsáveis políticos venezuelanos, nomeadamente para alegados testas-de-ferro de Rafael Ramirez”, através da ES Enterprises, o chamado “saco azul” do Grupo Espírito Santo, uma sociedade offshore sediada no Panamá, aponta o Observador.
Os alegados fundos desviados terão passado por contas bancárias do BES na Madeira e no Luxemburgo, e das filiais do banco na Suíça e no Dubai.
Além de Salgado, está também sob suspeita o ex-director da Sucursal Financeira da Madeira do BES, João Alexandre Silva, que terá sido questionado no Departamento Central de Investigação e Acção Penal a 23 de Março de 2018, sobre um contrato de garantia bancária de mais de 3 mil milhões de euros assinado entre o BES e a PDVSA, atesta o Observador.
Os investigadores acreditam que este contrato, que visava o pagamento de materiais e serviços fornecidos, terá servido na realidade para desviar fundos da petrolífera. Outros contratos similares terão sido assinados, com o Ministério Público a suspeitar de que terão sido desviados, desta forma, cerca de cinco mil milhões de euros.
Fonte: ZAP