Guilherme Antunes, que durante dez anos fez parte da direção política da concelhia do PCP de Cascais, recebeu esta semana a nota de expulsão do partido, emitida pela Comissão Central de Controlo, o órgão máximo da disciplina comunista.
A notícia é avançada pelo Expresso que escreve que a lista de acusações é vasta. Entre elas, incluem-se as “várias publicações nas redes sociais” em que o militante criticou a direção e a decisão de manter a geringonça com o PS, apesar de se terem acentuado as divergências entre os dois partidos.
Questionado pelo Expresso, o gabinete de imprensa comunista “confirma a expulsão de Guilherme Antunes”. “A decisão conclui um processo que, no respeito dos Estatutos do PCP, envolveu a audição do próprio e o seu direito de recurso”, esclarece a nota. “A decisão baseia-se na prática de atos incompatíveis e indignos da qualidade de membro do PCP, designadamente a prática confirmada de utilização indevida de meios financeiros do partido”, conclui a direção.
“Calúnias” e um comportamento “indigno de quem se afirma comunista” foram alguns dos motivos apontados pela Comissão Central de Controlo para invocados expulsar Guilherme Antunes.
No entanto, o caso não ficará por aqui. Segundo o semanário, o militante de 69 anos é também acusado de ter desviado dinheiro da concelhia e de ter ficado com quotizações de militantes. Porém, Guilherme Antunes nunca terá sido ouvido neste processo para poder fazer a sua defesa.
Ao Expresso, Guilherme Antunes nega ter feito qualquer aproveitamento financeiro e considera haver “campanha negra, uma vilania inominável e uma indecência” contra si, que visa pôr em causa a sua honra. “É um processo kafkiano” e de “verdadeira perseguição política”, resume. Os pormenores do processo de expulsão foram registados durante o último mês na sua página de Facebook.
Fonte: ZAP