A Polícia Militar alega que a Polícia Judiciária tinha conhecimento de que estava em preparação um assalto, antes do roubo nos paióis de Tancos, mas que não foi informada desse facto. Um dado que vem acrescentar mais polémica ao caso que é um embaraço para as Forças Armadas nacionais.
O Diário de Notícias garante que a Polícia Judiciária Militar revelou, num encontro com o Presidente da República, que a PJ estaria a par da preparação de “um assalto a quartéis num raio de 60 quilómetros em torno de Leiria”, antes do roubo de Tancos. Apesar desse conhecimento, a PJ não terá informado os militares, avança a mesma fonte.
O director da PJ terá negado que a força policial estivesse a par da preparação de qualquer assalto nessa reunião que, além de Marcelo Rebelo de Sousa, contou também com a presença do ministro da Defesa, do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), do comandante do Exército e do director da PJM, como relata o DN.
O encontro terá tido lugar a 4 de Julho de 2017, cinco depois de terem saído as notícias sobre o assalto a Tancos.
O DN ouviu “fontes militares”, “tanto no activo como já fora das fileiras”, que confirmam aquela informação e que referem que o então CEMGFA, general Pina Monteiro ficou “possesso”.
Marcelo Rebelo de Sousa terá frisado nesse encontro a necessidade de esclarecer aquele detalhe e todas as circunstâncias em torno do assalto aos paióis de Tancos. Uma vontade que o Presidente da República reforçou recentemente, num comunicado público, no qual apelou ao “apuramento dos factos” e à “responsabilização” dos eventuais envolvidos.
A posição do Chefe de Estado surgiu depois de o Expresso ter noticiado que ainda há material militar roubado desaparecido.
O roubo de Tancos continua enredado em demasiadas incógnitas e a ser alvo de muitas críticas, nomeadamente devido à má imagem que dá às Forças Armadas nacionais.
“Tancos é o descrédito total das nossas Forças Armadas“, lamenta a eurodeputada do PS Ana Gomes, no seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias.
Marques Mendes já tinha dito que “Num país a sério, já havia chefes militares e um ministro demitido”, criticando o facto de não terem ainda surgido explicações para o sucedido e concluindo que Tancos é “uma vergonha nacional”.
Fonte: ZAP