No pior dos cenários, o plano de reestruturação da TAP prevê uma redução de 2 mil postos de trabalho no grupo. Ainda é necessário chegar a acordo com os sindicatos.
O plano de reestruturação da TAP não só vai obrigar a companhia aérea a um redimensionamento da frota e das rotas, mas também de trabalhadores. No pior dos cenários, prevê-se a redução de 2 mil postos de trabalho no grupo, escreve o Jornal Económico.
O objetivo do plano é reduzir custos com remunerações da ordem dos 150 milhões de euros já no próximo ano. Além de rescisões de contrato, equaciona-se um plano de reformas antecipadas e cortes salariais transversais através da redução do horário de trabalho dos trabalhadores do grupo TAP.
Entre as empresas do grupo TAP, que emprega mais de 10 mil pessoas, estão a Portugália e a GroundForce.
“No cenário mais pessimista, nunca serão mais de 2.000 pessoas que deverão sair do grupo TAP no próximo ano”, adiantou ao Jornal Económico uma fonte próxima ao processo. O documento, que ainda não está fechado, prevê uma recuperação lenta, que só daqui a quatro anos voltará aos valores pré-pandemia.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, assegurou no Parlamento que “a primeira fase do plano de reestruturação está feita”, permitindo iniciar a negociação com os sindicatos. Os sindicatos já avisaram, entretanto, que não aceitam cortes cegos.
Para já foi fixado o objetivo de redução de custos com o pessoal da ordem dos 20%, correspondente aos 150 milhões de euros já mencionados. Obviamente, o plano de reestruturação da TAP depende de inúmero variáveis, nomeadamente da evolução da pandemia.
No primeiro semestre do ano, a TAP registou prejuízos de 582 milhões de euros, e uma diminuição de 62% no número de passageiros transportados. Face às dificuldades financeiras, a TAP adiou a compra de aviões à Airbus. Assim, conseguiu poupar cerca de 856 milhões de euros de investimento entre 2020 e 2022.
Além disso, Pedro Nuno Santos confirmou que a TAP está também a abandonar encomendas que já estavam feitas e a “negociar a devolução de alguns aviões”.
Fonte: ZAP