O Governo anunciou, via Twitter, a eletrificação de 58 quilómetros da linha férrea do Douro. Mas, neste momento, são só 16, avança o jornal Público.
No dia 31 de julho, o ministério do Planeamento e Infraestruturas fez um anúncio na rede social Twitter, intitulado “O que estamos a fazer na linha do Douro”. Este tweet incluía um vídeo promocional, apresentando o projeto para aquela linha férrea, acompanhado de alguns dados.
Além da “modernização das plataformas” e da “sinalização e telecomunicações”, o vídeo avançada também a informação de que estará a ser feita a “eletrificação de 58 quilómetros”.
No entanto, só 16 quilómetros é que estão a ser objeto de obras neste momento, as mesmas que tinham sido consignadas num evento em Marco de Canaveses na sexta-feira, dia 27 de julho – uma empreitada de modernização da linha do Douro entre aquela cidade e Caíde do Rei, adianta o Público.
O diário questionou o Ministério do Planeamento e Infraestruturas de modo a esclarecer esta questão dos números divergentes e, como resposta, recebeu a apresentação feita nesse mesmo evento onde foi anunciada a modernização da obra Marco-Caíde.
A apresentação não só confirma que são 16 os quilómetros que estão a ser intervencionados, como até assume um atraso de dois anos na modernização do troço Marco-Régua (42 quilómetros). Esta secção da linha deveria ter entrado em obras em junho deste ano, segundo o Plano de Investimento Ferroviários 2020, mas a obra só terá início em março de 2020 e a conclusão em março de 2022.
Na verdade, a obra, que segundo o tweet do Governo está já a ser feita, está atrasada dois anos. Atualmente, o troço de 42 quilómetros encontra-se ainda em fase de projeto, devendo a contração da obra ser realizada no próximo ano para a sua adjudicação se concretizar em 2020, ou seja, já depois das próximas legislativas.
A modernização dos restantes 70 quilómetros da linha do Douro continuará, para já, sem efeito, dado que permanece fora das intenções do Governo para a modernização no horizonte 2030, uma vez que que o projeto não foi considerado prioritário pelas Infraestruturas de Portugal.
Fonte: ZAP