Alejandro Garcia / EPA
Portugal continua sem receber cerca de 1000 ventiladores adquiridos à China, com o intuito de duplicar a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos casos mais graves de Covid-19. Os aparelhos tardam em chegar e o Governo já fez um contrato de milhões com a TAP para os ir buscar.
No passado dia 12 de Abril, a ministra da Saúde, Marta Temido, reconheceu que o material adquirido à China, incluindo ventiladores e equipamentos de protecção, estava atrasado. “Na China, os regulamentos sobre transportes mudaram, obrigando a novas autorizações que estamos a diligenciar por obter, que demoraram alguns dias, e isso atrasou o transporte”, salientou Temido.
Além das questões burocráticas, há ainda uma “guerra secreta” por ventiladores entre os vários países, dada a elevada procura para responder à pandemia de Covid-19.
Certo é que dos 1151 ventiladores que Portugal adquiriu à China, apenas “73 já se encontram em Portugal”, apurou o Correio da Manhã (CM) junto de fonte oficial.
O jornal salienta que o Ministério da Saúde espera que “cheguem ao nosso país outros 48 aparelhos na próxima quarta-feira, mas nada é certo“.
Segundo as contas do CM, cada ventilador custa a Portugal cerca de 18.200 euros. No total, a encomenda de 1151 aparelhos deverá custar mais de 20,9 milhões de euros.
O Público já tinha anunciado, há cerca de duas semanas, um atraso na entrega de equipamentos vindos da China. De acordo com o jornal, até 17 de Abril só tinham sido entregues à Embaixada de Portugal em Pequim 65 ventiladores.
Alguns desses ventiladores que chegaram a Portugal, têm botões em mandarim.
Antes da pandemia, Portugal tinha 1142 aparelhos de ventilação invasiva nos hospitais do SNS. O objectivo da encomenda à China pretendia duplicar a oferta.
Entretanto, para tentar agilizar a entrega de equipamentos vindos da China, a Administração Central do Sistema de Saúde assinou com a TAP contratos por ajuste directo no valor global de 2,17 milhões de euros, conforme avança o Expresso.
O semanário cita contratos celebrados a 1, 8, 11 e 28 de Abril para o frete de aviões da TAP. “São três contratos de 622 mil euros (cada um relativo a dois voos Lisboa – Pequim – Lisboa) e um quarto contrato no valor de 311 mil euros (para um voo para a mesma rota)”, explica o Expresso.
Fonte: ZAP