A partir do próximo ano, carros, camiões e autocarros conectados e com tecnologia de condução autónoma vão começar a circular nas estradas portuguesas.
O investimento de 8,35 milhões de euros até final de 2020 irá colocar os veículos na estrada a comunicar entre si e com a própria infraestrutura. O projeto de estradas inteligentes C-Roads vai funcionar em praticamente mil quilómetros da rede viária portuguesa e contará com o apoio financeiro de Bruxelas em 50%.
Segundo o Diário de Notícias, os principais objetivos desta medida é acabar com os mortos nas estradas portuguesas até 2050, reduzir as filas de trânsito e diminuir as emissões do transporte rodoviário.
Em declarações ao jornal, Ana Tomaz, diretora do departamento de segurança rodoferroviária da Infraestruturas de Portugal, adiante que “mais de 90% dos acidentes devem-se a erro humano e a infraestrutura deve minimizar as consequências desses erros. Temos de apostar numa nova geração de estradas e reduzir, tendencialmente, para zero as mortes em 2050″.
Além do nosso país, a C-Roads envolve mais 16 países da União Europeia. Isto permite que os veículos conectados e autónomos beneficiem dos novos serviços de comunicação cm a infraestrutura de forma harmoniosa entre países.
O DN explica que a estrada inteligente é necessária para acomodar a nova geração de veículos, dotada com tecnologia de condução conectada e autónoma. Além disso, será capaz de responder ao maior uso dos automóveis: em 2022, prevê-se que o parque automóvel chegue aos 6,5 milhões de veículos, mais 12% do que em 2015.
Para que Portugal consiga alcançar os seus objetivos até 2050, vão decorrer cinco testes-piloto nas autoestradas, itinerários complementares, estradas nacionais e vias urbanas. “Haverá 212 equipamentos colocados ao lado da estrada para fazer a comunicação, mais 180 equipamentos instalados a bordo de 150 veículos”, explica a responsável.
O calendário para os testes-piloto “ainda está a ser desenhado”, mas os primeiros testes deverão arrancar já no próximo ano. Neste projeto, estão envolvidos 31 parceiros.
O primeiro passo vai passar por identificar as principais necessidades técnicas e financeiras e desenvolver uma aplicação móvel para a interação com o condutor. de acordo com o jornal, serão criados alertas para veículo parado ou em marcha lenta, aviso para engarrafamento e obras, além de informações sobre o estado do tempo.
Na segunda fase, começam os testes em estradas, em 460 quilómetros da rede de estradas nacional. Na terceira, serão testados em estrada aberta carros autónomos e conectados dos níveis 2 e 3, onde já existem sistemas automáticos de ajuda mas que obrigam o condutor a manter-se atento.
Nas duas últimas fases serão feitas as adaptações das novas soluções de mobilidades nas estradas de Lisboa e do Porto, como a monitorização do tráfego, disponibilidade de lugares de estacionamento e a comunicação com a rede de autocarros municipal.
A Infraestruturas de Portugal admite que “a próxima década e meia será a mais exigente, com a convivência entre carros conectados e autónomos com os restantes veículos”. No entanto, o esforço irá recompensar, já que o investimento nestas iniciativas poderá ajudar a reduzir os mortos nas estradas portuguesas.
Fonte: ZAP