Ana Fernandes, presidente demissionária da Associação Zoófila Portuguesa (AZP), foi alvo de uma queixa-crime, por parte do Conselho Fiscal da própria associação, por ter “negócios consigo mesma”.
Segundo o Diário de Notícias, que avançou a notícia, a presidente do Conselho Fiscal da AZP, Luísa Coelho, apresentou na semana passada uma queixa-crime contra a presidente da instituição, Ana Fernandes, por alegado abuso de confiança.
“Há uma sensação de impunidade. Não podemos aceitar estes comportamentos. Uma pessoa que está a gerir o dinheiro dos outros não pode agir assim. Que podemos fazer para que a senhora deixe de achar que a associação é ela?”, disse Luísa Coelho.
Ana Fernandes, que presidia à associação desde 2009, está demissionária tal como toda a restante direção desde 20 de junho. Segundo o mesmo jornal, Ana Fernandes é “suspeita de ter feito “negócios consigo mesma“.
Em causa estarão irregularidades imputadas à presidente da associação e deputada municipal do PAN em Odivelas, que tem em seu nome uma empresa, a Izumix, que prestava serviços à associação.
Entre as irregularidades estão ainda a compra de um telemóvel por 843 euros sem decisão colegial prévia e a aquisição, em fevereiro de 2017, de mais de três mil euros de ração fora de prazo de uma marca de que a sua empresa detinha a representação.
Ana Fernandes, em declarações ao DN, disse que “nunca tomou decisões sem respaldo da restante direção” e lembra que “as contas foram sempre aprovadas por sucessivos conselhos fiscais, incluindo o que a acusa de abuso de confiança”.
A presidente demissionária não nega que a empresa de que é proprietária desde 2011 cobrou serviços à AZP, salientando que os membros da direção sabiam da sua relação com a empresa.
“Faturas foram entregues, seguiram circuitos administrativos normais, passaram por várias pessoas e foram validadas pela tesouraria. O nome da empresa aparece nos balancetes. Não só nunca escondi que a empresa era minha como disse, em várias oportunidades, que tinha uma empresa. Além de ser informação pública”, disse.
“O potencial conflito de interesses foi avaliado pelos órgãos sociais e aceite dados os benefícios que trazia à AZP”, rematou.
Fonte: ZAP