A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, considerou esta terça-feira que a proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) mostra um “profundo desconhecimento” e está de “costas voltadas” para o país.
“É um Orçamento que mostra um profundo desconhecimento e uma grande insensibilidade àquilo que é o conjunto do nosso país e as necessidades de coesão territorial”, afirmou Assunção Cristas, numa sessão de apresentação da proposta de OE2019 aos militantes e simpatizantes do CDS-PP, no concelho da Batalha, distrito de Leiria.
Para a líder do CDS-PP, este é um “orçamento feito em Lisboa de costas voltadas para o resto do país”, acrescentou.
“Basta ver nos passes das áreas metropolitanas. Se há uma política diferente, que seja para todo o país e que não se esqueça o resto do país onde, muitas vezes, não há rede de transportes coletivos sequer para poder fazer este tipo de políticas, mas onde há portagens e o peso do gasóleo e da gasolina a penalizar as empresas e as famílias”, salientou.
Cristas afirmou também que a proposta do Governo, liderado pelo socialista de António Costa, é “capaz de ficar conhecido para a história como o Orçamento da tourada“.
“Olhando para o IVA da Cultura, percebemos que há um país em Lisboa que não olha para o resto. Não são só os espetáculos tauromáquicos que estão em causa, mas é tudo o que é espetáculo ao ar livre”, assinalou.
A líder centrista frisou que “basta sair de Lisboa para perceber que a generalidade das manifestações culturais são eventos ao ar livre”. Por isso, “quando aparece uma proposta para afastar a tourada, mas não só, que só fala dos recintos fechados” está a ser excluída “uma grande parte da cultura que é produzida em todo o país”, sublinhou.
Assunção Cristas, que apontou algumas das propostas de alteração ao OE2019 apresentadas pelo partido, considerou “inédito” que o primeiro-ministro “não tenha apresentado” a proposta de OE na Assembleia da República.
“É um primeiro-ministro que se esconde e não apresenta o seu Orçamento. Quando houver alterações de regimento havemos de propor que seja obrigatório o primeiro-ministro dar a cara e submeter-se a perguntas sobre o Orçamento do Estado”, revelou.
Ainda sobre a proposta, a presidente do CDS-PP referiu que “diz uma coisa, mas depois vai ser executado de forma muito diferente”.
“A verdade é que os orçamentos aprovados não correspondem aos executados e isso sente-se no corte profundíssimo do investimento público que tem impacto em várias áreas, da saúde aos transportes, à manutenção das infraestruturas, naquilo que não se vê e vejam como agora estamos com este drama da estrada que abateu em Borba“.
Fonte: ZAP