O PSD responsabilizou neste domingo o Governo pelo estado de “falência operacional” da CP, após o anúncio pela empresa da redução do número de comboios em diversas linhas do país, “por falta de material circulante e respetiva manutenção”.
Em declarações à Lusa, o deputado social-democrata Carlos Silva sustentou que “o Governo deve uma explicação aos portugueses” por mais esta redução de oferta da CP que os penaliza, “tal como tem acontecido sempre com as reduções regulares da oferta de transportes públicos desde que este Governo entrou em funções, nomeadamente no caso da Carris, Metro e transportes fluviais do Tejo”.
“Tomámos conhecimento de que, perante o aumento da procura, motivado pelo acréscimo de turismo e período de férias, para além de a oferta não ter acompanhado esse aumento da procura, ainda se registou a diminuição e até mesmo a supressão de comboios”, observou Carlos Silva, coordenador dos deputados do PSD na área dos transportes, na Comissão de Economia e Obras Públicas.
“Tomámos ainda conhecimento de que a deficiente manutenção ou mesmo a total ausência desta, associada à falta de comboios, tem levado a que a CP já proceda a reparações pontuais, nomeadamente de ares condicionados, em plena circulação dos comboios, andando os utentes entre Lisboa e Porto em total desconforto e havendo mesmo registos de indisposições por parte de utentes e funcionários”, prosseguiu.
Neste momento, defendem os social-democratas, a CP é “uma empresa que não cumpre na íntegra a sua obrigação de serviço público e, nessa circunstância, uma empresa que não consegue efetuar a devida manutenção dos seus principais ativos e, simultaneamente, anula receita por falta desses ativos só pode ser considerada uma empresa em falência operacional”.
“Por mais que o senhor ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, se desculpe por trás de responsabilidades de governos anteriores, é preciso lembrá-lo de que este Governo está em funções há quase três anos e tem permanentemente revelado a mais trágica incompetência na gestão dos serviços públicos, que sufoca com as suas cativações, e, ao mesmo tempo, a qualidade do serviço prestado aos utentes vai colapsando como nunca antes se tinha visto”, argumentou Carlos Silva.
“A opção populista do Governo socialista por simular a melhoria do rendimento disponível dos portugueses tem como outro face da mesma moeda a imposição de uma austeridade dissimulada no aumento dos impostos indiretos e no subfinanciamento e degradação dos serviços públicos” – uma opção que “está a ter resultados desastrosos, principalmente em setores tão cruciais para as nossas vidas como os transportes”, frisou.
Fonte: ZAP