Os grandes temas da atualidade continuam a marcar a agenda das “Conferências de Arouca”, promovidas pelo Círculo Cultura e Democracia. Desta vez, será a problemática dos refugiados a merecer atenção. Com o título “Refugiados: e se fosse comigo?”, a próxima conferência terá lugar no dia 21 de julho (sábado), às 17h00, no auditório da loja de turismo de Arouca.
O número, sem precedentes, de pessoas deslocadas à força no mundo é de 68,5 milhões, segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados. Entre eles estão 40 milhões de deslocados internos, 3,1 milhões de requerentes de asilo, e quase 25,4 milhões de refugiados, dos quais mais de metade são crianças.
Teresa Tito de Morais é a conferencista convidada para nos ajudar a compreender melhor este mundo, onde a cada dois segundos uma pessoa é forçada a deslocar-se como resultado de conflito, perseguição ou violência, e a olhar para a história que cada uma carrega consigo e não apenas para os números.
Fundadora e presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR) desde 1991, Teresa Tito de Morais tem um percurso importante, que começou anteriormente, dedicado à construção de uma agenda nacional pelos direitos dos refugiados. No CPR, sob sua liderança, uma equipa de mais de 70 pessoas procuram diariamente soluções duradouras e sustentáveis para o acolhimento e integração dos refugiados em Portugal.
Durante a denominada ‘crise dos refugiados’, com pico mediático em 2015 e 2016, as televisões e os jornais mostravam, a um ritmo quase diário, imagens de milhares de pessoas a tentar chegar à Europa. Mas são as regiões em desenvolvimento que acolhem e apoiam cerca de 85% dos refugiados do mundo, com enorme impacto; algo que poderia ser uma responsabilidade global e partilhada.
Como lidar com as tensões provocadas pelo fluxo de refugiados (e migrantes), acentuadas nos últimos anos, uma crise simultaneamente humanitária e política?
Enquanto as causas que levam milhões de pessoas a fugir persistem ou emergem, os refugiados continuarão a deslocar-se para onde acham que podem recomeçar as suas vidas em segurança. É essencial colocarmo-nos na sua pele, perceber as razões porque deixam as suas casas e porque arriscam a vida sabendo as dificuldades que têm pela frente.