Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) desmente o mito de que os refugiados que chegam à Europa estão a espalhar doenças. Os resultados da pesquisa mostram que não houve aumento na transmissão de doenças entre os migrantes e aqueles que vivem nos países em que estes se instalam.
Segundo informou o Independent, na terça-feira, neste relatório – o primeiro sobre a saúde de migrantes e refugiados -, a OMS constatou igualmente que os refugiados correm um menor risco de desenvolver todas as formas de cancro, exceto o cervical.
Contudo, os mesmos correm mais risco de desenvolver doenças infeciosas, devido às más condições de vida e à falta de acesso à saúde durante o processo de migração, mostra também a pesquisa, realizada através da revisão de mais de 13 mil documentos e em parceria com o Instituto Nacional Italiano para a Saúde, Migração e Pobreza (INMP).
Face aos resultados obtidos, o director regional da OMS na Europa, Zsuzsanna Jakab, declarou que os sistemas políticos e sociais europeus estão “a lutar para enfrentar o desafio de responder à migração de uma forma humana e positiva”.
“À medida que os migrantes e refugiados tornam-se mais vulneráveis do que a população hospedeira ao risco de desenvolver doenças não transmissíveis e transmissíveis, é necessário que estes recebam acesso oportuno a serviços de saúde de qualidade, como todos os outros”, indicou o responsável.
Para Zsuzsanna Jakab, esta é a melhor maneira de salvar vidas e diminuir os custos associados aos tratamentos, bem como proteger a saúde dos cidadãos residentes.
A pesquisa da OMS revela ainda que, em alguns países europeus, os cidadãos estimavam que há três ou quatro vezes mais migrantes do que realmente existem.
Estas descobertas são reveladas em meio a um recente afluxo de refugiados, que tentam viajar para o Reino Unido em pequenas embarcações. No passado domingo, um barco insuflável que carregava oito homens – supostos refugiados, que alegavam ser iranianos – foi levado para Dover por uma equipa de patrulha da Força da Fronteira.
De acordo com o Independent, o Ministério do Interior britânico informou que o grupo recebeu uma avaliação médica e seria entrevistado por funcionários de imigração.
TP, ZAP //