O Metronome, icónico relógio digital de Nova Iorque, deixou de mostrar o tempo do dia-a-dia e mostra agora o tempo restante que o nosso planeta tem para reverter os efeitos do aquecimento global.
O relógio digital com 15 dígitos e quase 19 metros de comprimento é, há mais de 20 anos, um dos projetos mais proeminentes e icónicos da cidade.
Situado na Union Square, em Manhattan, o relógio costumava mostrar o tempo de uma forma peculiar, contando as horas, os minutos, os segundos e as suas frações, a partir de e até à meia noite.
Durante anos, algumas pessoas não entendiam como funcionava e sugeriam que o mostrador media os hectares de floresta destruída todos os anos, a população mundial, ou que estaria mesmo relacionado com o número pi.
Segundo o New York Times, o relógio adotou, agora, uma nova missão ecológica. Em vez de medir ciclos de 24 horas, mostra o tempo restante para impedir que os efeitos do aquecimento global se tornem irreversíveis, referindo-se principalmente ao tempo restante para controlar as emissões de carbono antes de atingir o ponto crítico.
No sábado, algumas mensagens como “A Terra tem um prazo” apareceram no ecrã, seguidas de números – 7:103:15:40:07 – que mostravam os anos, dias, horas, minutos e segundos restantes até que o planeta passe esse limite irreversível.
De acordo com Gan Golan e Andrew Boyd, dois climate deadline artists, os números apresentados no ecrã gigante baseam-se em estimativas feitas pela equipa do Mercator Research Institute of Global Commons and Climate Change.
“Esta é a nossa maneira de gritar aquele número”, disse Golan mesmo antes da contagem decrescente começar. “Agora o mundo está, literalmente, a contar connosco“, acrescentou o artista.
O Relógio Climático, como os criadores chamam ao projeto, será exibido até dia 27 de setembro, o último dia da Climate Week. Golan e Boyd pretendem que o relógio esteja permanentemente naquele ou noutro local.