O Índice de Rendas Residenciais da Confidencial Imobiliário revela que, pela primeira vez em três anos, as rendas residenciais em Lisboa desceram.
As rendas residenciais em Lisboa desceram pela primeira vez em três anos, revela o jornal Público. No terceiro trimestre de 2019, a queda registada fixou-se nos -1,4%, apurou a Confidencial Imobiliário no âmbito do Índice de Rendas Residenciais (IRR).
Desde o terceiro trimestre de 2016 que as rendas de habitação na capital lisboeta subiam de “forma ininterrupta”, escreve o diário, chegando a atingir variações trimestrais acima dos 7%.
Em declarações ao jornal, Ricardo Guimarães, diretor da empresa de estatísticas Confidencial Imobiliário, é cauteloso relativamente a esta descida, mas admite que o mercado está a encontrar o seu ponto de equilíbrio.
“Sabemos que as rendas subiram devido a outros fatores completamente desligados das famílias. Agora temos o sinal de maturidade do mercado, que numa primeira fase entrou em recuperação, mas que já estava noutra fase, de clara evolução”, afirma.
Entre 2010, ano em que se inicia a série do IRR, e o segundo trimestre de 2013, ou seja, quando o índice atinge o seu ponto mais baixo, as rendas residenciais atravessaram um ciclo negativo que culminou numa descida acumulada de 19,3% no valor das rendas contratadas.
Escreve o matutino que arrancaram, a partir daí para um ciclo de recuperação, mas durante três anos — até ao terceiro trimestre de 2016 — ainda registaram subidas mais contidas e até algumas variações negativas, o que se traduziu num crescimento trimestral médio de 1,5%.
“Só em meados de 2016, as rendas voltaram a posicionar-se nos níveis de 2010, iniciando então um período de fortes subidas, quer trimestrais quer homólogas”, explica Ricardo Guimarães.
Segundo dados do IRR, entre meados de 2016 e de 2018, as rendas em Lisboa subiram, em média, 4,5% ao trimestre, enquanto que, em termos homólogos, a subida média foi de 17,3%, chegando-se mesmo a atingir um pico de 21,9%.
O ciclo de recuperação foi tão intenso que as rendas na cidade chegaram ao terceiro trimestre de 2019 mais de 44% acima dos níveis de 2010, apresentando uma recuperação de 78% face ao seu ponto mais baixo, durante a crise, em 2013, escreve o Público.
De acordo com o jornal, esta realidade não se verifica, porém, noutros pontos do país, como é o caso da cidade do Porto, onde o crescimento trimestral voltou a acelerar face às variações registadas na primeira metade de 2019, atingindo os 2,5%.
Em termos trimestrais, ao longo de 2019, as rendas cresceram a uma média que ronda os 2%, metade do ritmo médio observado nos dois anos anteriores. Na variação homóloga, o crescimento atingiu os 7,3% na Invicta.
Fonte: ZAP