No início de julho, um enorme sarcófago negro foi descoberto em Alexandria, no Egito. O misterioso túmulo foi aberto dias depois e os especialistas identificaram no seu interior três múmias danificadas pela água que se tinha infiltrado.
Os cientistas acreditam que se trata de uma sepultura do do período ptolemaico, que começou logo após a morte de Alexandre, o Grande, em 323 a.C.
Após três semanas de trabalho intenso, um grupo de especialistas egípcios, liderados pela investigadora Zeinab Hasheesh, conseguiu determinar a idade, o sexo e a altura das múmias encontradas.
De acordo com os investigadores, o sarcófago tinha no seu interior dois homens e uma mulher. Um dos homens, tinha entre 35 e 39 anos e media, aproximadamente, 1,60 a ,1,65 metros; já o segundo, possuía uma estrutura física mais forte, tinha entre 40 e 44 anos e media entre 1,79 e 1,84 metros.
A mulher tinha cerca de 20 a 25 anos e media entre 1,60 a 1,64 metros, aponta o Ministério das Antiguidades do Egito.
Segundo a localização dos restos no túmulo, os investigadores supõem que os corpos foram enterrados em duas etapas distintas.
A mais antiga intervenção cirúrgica
Mas as descobertas não ficaram por aqui. Os investigadores encontraram ainda um buraco com cerca de 17 centímetros de largura na zona posterior do crânio de um dos homens. A incisão revela que o homem viveu durante muito tempo com essa cavidade no cérebro – ou seja, o buraco foi resultado por uma intervenção cirúrgica.
A incisão neste crânio é “umas das práticas médicas mais antigas utilizadas pela humanidade, mas raramente era aplicada no Antigo Egito, onde se encontram poucos crânios com vestígios de operação”, explicou Hasheesh.
No futuro, os cientistas tencionam continuar a estudar os restos encontrados no misterioso sarcófago negro através de exames de ADN que ajudarão a determinar o grau de parentesco entre os três indivíduos. O líquido extraído de dentro do sarcófago também será analisado.
O misterioso e enorme túmulo foi descoberto no início do mês de julho e, desde então, multiplicaram-se especulações sobre o que estaria lá dentro.
O sarcófago de 30 toneladas foi datado pouco depois da morte de Alexandre, o Grande, que conquistou a área em 332 a.C., e, por isso, alguns investigadores acreditavam que pudesse conter os restos mortais do rei da Macedónia. Outros, menos céticos, acreditavam que a abertura do túmulo selado há mais de 2 mil anos podia trazer uma maldição mortal.
Na verdade, o túmulo “escondia” três múmias envolvidas em água suja do esgoto. O líquido deve ter-se infiltrado, acelerando o processo de decomposição dos corpos.