O Santander vai começar a cobrar transferências no MB Way a partir de 10 de setembro, à exceção de cartões para jovens, cobrando ainda algumas destas transferências acima de 50 euros na sua app.
De acordo com o preçário no site do Santander, na aplicação MB Way estão isentos de taxas os cartões Stream, Maestro Jovem, #U e #GlobalU, passando as transações cobradas com outros cartões a ser taxadas a 90 cêntimos cada, a que acresce o imposto de selo de 4% (total de 93,6 cêntimos)
Já através da aplicação do próprio banco, a isenção aplicada aos cartões no MB Way mantém-se, acrescentando-se o cartão Mundo 123.
Quanto a transferências feitas por outros cartões na aplicação do banco, estarão isentas “até três transferências por mês de montante igual ou superior a 50 euros”, passando a ser taxadas em 45 cêntimos à quarta transferência, à qual acresce o imposto de selo de 4% (total de 46,8 cêntimos). Já transferências superiores a 50 euros serão sempre taxadas em 45 cêntimos, mais 4% do imposto do selo (total de 46,8 cêntimos).
Desta forma, o Santander junta-se a outros bancos, como o BCP e o BPI, na cobrança de transferências por MB Way.
Na apresentação de resultados do primeiro trimestre do banco, em 7 de maio, o presidente executivo do Santander, Pedro Castro e Almeida, criticou por várias vezes a isenção de encargos para os clientes do sistema multibanco e indicou que o banco passaria a cobrar por transferências no MB Way, mas sem indicar valor.
Anteriormente, o presidente executivo do BPI, Pablo Forero, já tinha rejeitado que seja “concorrência desleal” cobrar transferências através do MB Way, enquanto mantém gratuitas estas operações na sua aplicação.
O BCP começou a cobrar transferências por MB Way no dia 17 de maio, cobrando 1,248 euros (incluindo imposto de selo) pelas transferências que usem a app MB Way. Já aos clientes que usem a aplicação do próprio banco serão cobrados 52 cêntimos (incluindo imposto do selo).
Ficam isentos desta comissão os clientes até 23 anos e aqueles que têm pacotes como programa Prestígio, o que, diz fonte oficial daquele banco, beneficiará “mais de um milhão de clientes, mais de metade do total” dos clientes do BCP.
A Deco considera que o Banco de Portugal não pode “lavar as mãos” e tem de ter uma posição firme sobre as comissões do serviço de pagamentos MB Way, defendendo os mesmos limites de comissões cobradas aos comerciantes.
Santander lidera reclamações em 2018
O Santander foi a banco do qual os clientes mais reclamaram à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em 2018, com 80 queixas feitas ao regulador, de acordo com o Relatório de Reclamações divulgado esta quarta-feira.
As 80 reclamações recebidas pela CMVM sobre o Santander Totta totalizaram 17,3% do total, sendo que a segunda entidade mais reclamada, o BCP, registou 58 entradas no regulador, 12,6% do total.
Com mais de 30 reclamações seguem-se a Caixa Geral de Depósitos (CGD), com 51 queixas na CMVM (11,0% do total), o Novo Banco (50 reclamações, 10,8% do total), e o BPI (45, 9,7% do total).
No entanto, apenas o BPI registou uma subida de queixas recebidas pela CMVM face a 2017, com um aumento de 32,4%, sendo que os restantes bancos viram as reclamações de que foram alvo diminuírem.
O Santander Totta diminuiu as reclamações em 32,8%, o Novo Banco em 35,1%, a CGD em 42,7% e o BCP em 54,0%. Entre as 10 e 30 reclamações recebidas pela CMVM encontram-se o Bankinter (27 reclamações), o Deutsche Bank (26), o Banco Best (15), o Banif (15) e o Banco Montepio (11).
Nas entidades que tiveram entre cinco e dez reclamações estão o ActivoBank (oito), o Barclays (seis), e com cinco o Banco Invest, a PT International Finance, o BBVA e o EuroBic. O Crédito Agrícola recebeu também duas reclamações, bem como o Banco Big. Nas entidades alvo de queixas estão também o Santander Totta Seguros (quatro reclamações) e a seguradora Ocidental (duas). O BPI Gestão de Ativos foi também alvo de duas reclamações na CMVM.
A CMVM demorou, em média, mais 12 dias no tratamento de uma reclamação em 2018, devido sobretudo à conclusão dos processos de reclamação relacionados com a resolução aplicada ao BES, indica o Relatório de Reclamações de 2018.
“O tempo mediano de tratamento de uma reclamação aumentou para 109 dias, face aos 97 dias registados em 2017. Este aumento deveu-se sobretudo à conclusão dos processos de reclamação ainda diretamente relacionados com a medida de resolução aplicada ao BES”, informa a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) no Relatório sobre Reclamações e Pedidos de Informação relativo ao ano de 2018, hoje divulgado.
Segundo o documento, “excluindo estes processos de especial complexidade, o tempo mediano de tratamento de reclamações teria sido de 83 dias em 2018 e 94 dias em 2017, o que representa uma melhoria de 12%”. Em 2018, a CMVM concluiu 816 processos de reclamação, menos 7% que no ano anterior.
Fonte: ZAP