Todos os dias quase 31 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 são aplicadas pelo mundo. Desde dezembro, já são mais de 5 bilhões e 600 milhões de doses. Os números são do portal Nosso Mundo em Dados e impressionam. Mas, até agora, 58% da população mundial ainda não recebeu sequer uma dose de vacina.
Por isso, países que não têm recursos para fazer a imunização em massa buscam alternativas. Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos foi a Bangladesh para tentar controlar o surto da variante Delta do coronavírus, mesmo com poucas vacinas.
Para o doutor em epidemiologia e pesquisador em saúde pública na Fundação Oswaldo Cruz, Jessem Orellana, o estudo mostra a efetividade do uso de máscaras.
Durante 10 semanas os pesquisadores distribuíram regularmente máscaras para 340 mil pessoas que vivem em 600 localidades rurais de Bangladesh. E ensinaram como usá-las corretamente, além de incentivar o distanciamento social. O índice de uso de máscaras no país saltou de 13% para 42%. E os novos casos diários de covid-19 reduziram em um terço entre as pessoas idosas. A variante Delta é a predominante no país asiático.
Até o fim da semana passada Bangladesh tinha aplicado 20 milhões de vacinas e 12% dos moradores tiveram acesso a pelo menos uma dose. No Brasil, já são mais de 205 milhões de aplicações e 66% da população tomou pelo menos uma dose.
O pesquisador Jessem Orellana afirma que, mesmo com a vacinação avançada, podemos reduzir a circulação do coronavírus e suas variantes ainda mais rápido.
Até agora a Organização Mundial da Saúde identificou mais de 1.500 variantes do coronavírus. Cinco delas são consideradas de interesse, porque ainda afetam poucos países, mas têm potencial de contagiar mais pessoas, como a variante Mu. Outras quatro cepas, dominantes no mundo, são consideradas de preocupação, entre elas a Delta.
O infectologista e pediatra Renato Kfouri é consultor do Comitê de Monitoramento da Covid-19 da Associação Médica Brasileira. Ele avalia que, apesar das variantes, a covid-19 caminha para se tornar uma doença endêmica. Ou seja, com ocorrência regional concentrada em algumas épocas do ano.
As máscaras cirúrgicas são as mais indicadas para usar em ambientes fechados. Só não esqueça que elas são descartáveis. Ou seja, depois de usar, é preciso jogar no lixo.
Fonte: Agência Brasil