Os cientistas do Search for Extraterrestrial Intelligence (SETI), nos Estados Unidos, detetaram 72 sinais extraterrestres vindos de uma galáxia anã a cerca de três mil milhões de anos-luz da Terra.
Uma equipa de cientistas do programa Breakthrough Listen, situado no SETI Institute, na Universidade da Califórnia, em Berkeley, EUA, detetou 72 sinais extraterrestres ao examinar 400 terabytes de dados radiofónicos vindos de uma galáxia anã a cerca de três mil milhões de anos-luz da Terra.
A fonte que emite estas rajadas rápidas de rádio – intensas explosões de energia de rádio que duram apenas alguns milissegundos de duração – é conhecida como FRB 121102.
A maioria das FRB analisadas emitiu apenas uma descarga de rajadas rápidas de rádio, mas na FRB 121102 esse fenómeno repetiu-se várias vezes. Foi assim que se detetaram 21 explosões nesta fonte, no ano passado, ao analisar dados recolhidos pelo telescópio Green Bank, nos EUA, com a implementação de algoritmos informáticos padrão.
Mas, agora, a equipa desenvolveu um novo e mais poderoso algoritmo, com o qual reanalisaram os dados do telescópio e descobriram outras 72 explosões que não haviam sido visualizadas com a técnica anterior.
Gerry Zhang, estudante doutorado por esta universidade norte-americana, foi o responsável pelo algoritmo, tendo recorrido a algumas das técnicas usadas pelas empresas de tecnologia da Internet para otimizar os resultados de pesquisa e classificar imagens.
Os cientistas treinaram um algoritmo conhecido como rede neuronal convolucional, que facilita o reconhecimento destas rajadas rápidas de rádio (“fast radio bursts” em inglês).
“O seu trabalho é entusiasmante não só porque nos ajuda a compreender o comportamento dinâmico dos FBR com mais detalhe, mas também por causa do potencial que mostra ao usar a aprendizagem de máquinas para detetar sinais perdidos por algoritmos clássicos”, afirmou Andrew Siemion, investigador do SETI, à Sky News.
A FRB 121102 tem origem numa galáxia anã localizada a 3 mil milhões de anos-luz do nosso planeta, mas a natureza do objeto que as emite é desconhecida. Há diversas teorias sobre o assunto, incluindo a que poderiam ser sinais de tecnologia desenvolvida por uma avançada civilização extraterrestre.
“A natureza do objeto que os emite é desconhecida. Existem várias teorias, incluindo que elas podem ser assinaturas da tecnologia desenvolvida por vida inteligente”, disse fonte do SETI também citada pelo canal de televisão.
Em 2017, cientistas da Universidade de Harvard já tinham sugerido que estes sinais podiam ser o resultado de falhas de energia de transmissores poderosos construídos por civilizações alienígenas para enviar gigantes barcos em viagens interestelares.
Os resultados desta nova investigação foram aceites para publicação na revista científica Astrophysical Journal.