A Câmara dos Representantes e o Senado dos EUA encerraram as suas sessões sem que republicanos e democratas alcançassem um acordo orçamental.
Diversos serviços do Governo federal dos EUA deixaram esta sexta-feira de ter financiamento e estão em paralisação parcial devido à falta de entendimento entre a Câmara dos Representantes, Senado e o Presidente norte-americano, Donald Trump.
Esta é a terceira paralisação parcial em 2018, mas desta feita Trump garante que está disposto a manter o ‘braço-de-ferro’ para garantir fundos para construir um muro na fronteira com o México, uma das suas mais mediáticas promessas eleitorais.
Os líderes democratas responsabilizaram este sábado o Presidente dos Estados Unidos pela paralisação parcial do Governo federal, acusando-o de assumir uma “birra”, poucas horas de pois de Donald Trump os ter culpado pela ausência de acordo orçamental.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, e a líder democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmaram que Trump “conseguiu o que queria”, depois de ameaçar por diversas vezes com uma paralisação.
Os democratas alegaram que o muro é “ineficaz e caro” e sublinharam que Trump “convenceu os republicanos a empurrar a nação para uma destrutiva paralisação no meio da temporada de festas”.
Pelosi e Schumer avançaram que, se o impasse não for resolvido, os democratas vão aprovar uma lei que permita a reabertura dos serviços governamentais assim que assumam a maioria da Câmara dos Representantes em janeiro.
Trump, por sua vez, culpou os democratas por este desfecho e apelou a negociações para alcançar um consenso, dizendo esperar que a paralisação não se prolongue por muito tempo.
“Nós vamos ter uma paralisação, não há nada que possamos fazer sobre isso porque precisamos que os democratas nos deem os seus votos”, argumentou Trump num vídeo que partilhou na rede social Twitter logo após o Congresso ter concluídos os trabalhos face à ausência de acordo.
No vídeo, Trump associa afirmações sobre tráfico de drogas e gangues a imagens das recentes caravanas de migrantes oriundas da América Central e insistiu que os Estados Unidos precisam de “segurança de fronteira”, razão pela qual pediu aos democratas que se sentassem para negociar para que “com sorte a paralisação não durasse muito”.
“Democratas, temos uma lista maravilhosa de coisas que precisamos para manter nosso país seguro. Vamos trabalhar juntos, vamos ser bipartidários e vamos fazer isso”, apelou o presidente norte-americano.
Segundo números adiantados pelos democratas, de 800 mil funcionários federais serão afetados pela paralisação de serviços da administração norte-americana. Quase 420 mil funcionários do Governo, que trabalham em serviços considerados essenciais, terão que trabalhar sem serem pagos imediatamente.
Entre estes incluem-se 150 mil funcionários do Ministério da Segurança Interna, de que depende a polícia de fronteira e transporte, e mais de 40 mil elementos das forças de segurança, como a polícia federal (FBI), a agência antidrogas (DEA) e a administração penitenciária.
Cerca de 380 mil pessoas poderão também ser colocadas em desemprego técnico, incluindo 95% dos funcionários da NASA e do Ministério da Habitação, bem como 52 mil funcionários dos serviços fiscais.
Fonte: ZAP