O secretário-geral do PSD disse que apoiará sanções que venham a ser incluídas no regulamento da bancada para falsas presenças de deputados, desde que exista uma separação entre o registo de acesso ao sistema e o de presenças.
No final de um almoço do International Club, em Lisboa, nesta sexta-feira, onde elegeu a credibilidade como a bandeira do PSD liderado por Rui Rio, José Silvano foi questionado se o seu envolvimento num caso de ‘presenças-fantasma’ não pode afetar essa imagem.
“Um homem honrado e credível como eu quer que instituições da justiça digam em concreto o que têm a dizer sobre o meu caso e não essas generalizações”, respondeu.
Questionado se concorda com a alteração do regulamento interno do grupo parlamentar, que poderá prever sanções para esses casos, Silvano disse apoiar mudanças no sistema, precisamente para evitar casos como o seu, e que se introduza uma separação no registo de presenças e no simples acesso ao computador.
“Todas as sanções, inclusive a expulsão, desde que tenha dois registos, um para entrada no computador e outra para acesso no plenário. Até pode ser a demissão”, afirmou.
Na sua intervenção no International Club, dedicada ao tema “Organização e funcionamento dos partidos políticos”, José Silvano defendeu que o PSD, para ser credível no país, tem primeiro de ser credível internamente. “Não sou capaz de ser dirigente de um partido que dentro de casa faz coisa diferente do que propõe para o exterior”, afirmou, admitindo que esta “política pelo exemplo” pode ter de ser feita “contra ventos e marés”.
Recorrendo a uma expressão popular, José Silvano defendeu que “a letra tem de bater com a careta”. “A nossa preocupação é a credibilidade. Se o líder tem credibilidade, temos de adaptar o partido a essa credibilidade, se não nada bate certo. A mensagem pode demorar mais tempo, mas estamos convencidos que, em tempo ainda, as pessoas vão perceber este movimento”, considerou.
O secretário-geral do PSD teve duas presenças indevidamente assinaladas no plenário quando estava em trabalho político fora de Lisboa. Na altura, a deputada social-democrata Emília Cerqueira assumiu que registou “inadvertidamente” José Silvano quando acedeu ao seu computador para consultar documentos.
O Ministério Público abriu um inquérito ao caso, o que Silvano saudou, pedindo uma decisão judicial rápida.
Fonte: ZAP