Com o consumo de dez gramas de sal por dia, um adulto pode ingerir, aproximadamente, dois mil pedaços de microplásticos por ano, refere um estudo recente.
O problema da poluição, normalmente no que diz respeito ao plástico, parece ser um problema ambiental que nos passa completamente ao lado, mas não é bem assim. Uma investigação recente sugere que poderemos estar a polvilhar microplásticos nos nossos cozinha. E agora, já parece um problema menos distante?
Uma investigação recente, liderada por um cientista sul coreano, Kim Seung-Kyu, e especialistas da Greenpeace da delegação do sudoeste asiático, testou 39 marcas diferentes de sal provenientes de várias partes do mundo, tendo identificado a presença de microplásticos em 36, isto é, em 92%.
Em comunicado, Mikyoung Kim, uma militante para a associação Greenpeace na delegação do sudoeste asiático, afirmou que “estudos recentes detetaram a presença avassaladora de plástico nos peixes, natureza marinha e até na água da torneira, e agora no sal”.
“É óbvio que não há escapatória possível da crise de plástico que está a assolar o planeta, sobretudo porque o problema continua a proliferar e a prosperar nos cursos de água e nos oceanos”, continuou o responsável.
Segundo o estudo, a quantidade de plástico presente no sal varia de marca para marca. Três delas não tinham qualquer vestígio da substância; algumas apresentavam “só” 28 pedaços de microplástico por quilograma de sal enquanto que as piores marcas tinham até 13 mil partículas de microplástico por quilograma de sal.
A maior concentração de plástico foi encontrada no sal marinho, em comparação ao dos lagos ou sal grosso: Por sua vez, os níveis mais elevados foram encontrados em marcas asiáticas. A Indonésia, por exemplo, registou a maior concentração de microplásticos.
Com base nos dados apurados, os especialistas estimam que, em média, um indivíduo adulto consuma dois mil pedaços de microplástico por ano, somente através do sal.