Segundo o Expresso, o Serviço de Informações de Segurança (SIS) acredita que, nos próximos meses, cheguem a Portugal mais de 20 mulheres e filhos de jihadistas portugueses ou lusodescendentes que vivem nas terras ainda dominadas pelo Daesh.
“Prevê-se para 2018 um aumento do regresso das mulheres e menores”, entre os “quais mais de duas dezenas de descendentes de cidadãos nacionais”, afirmou o diretor do SIS, Adélio Neiva da Cruz, num seminário sobre vítimas de terrorismo organizado a 15 de março na sede das secretas, citado pelo jornal.
De acordo com o responsável, a estratégia passa por receber estas mulheres e crianças sem qualquer tipo de hostilidade, em Lisboa ou noutros países da Europa onde têm raízes familiares, e a aposta será na reinserção porque a luta contra o terrorismo “não pode ser baseada apenas em medidas securitárias e repressivas”. Segundo apurou o semanário, estas pessoas poderão até pedir a nacionalidade portuguesa.
No entanto, Neiva da Cruz prevê que “este regresso coloca um sério problema às forças e serviços de segurança, e ao aparelho de justiça, e levanta enormes questões sociais que urge enfrentar e resolver”.
Em causa está o nível de envolvimento destas mulheres na luta extremista. Ou seja, mesmo que não atuem ao lado das maridos nos campos de batalha, há sempre a suspeita de que possam ter ajudado ao financiamento e recrutamento do grupo terrorista.
Exemplo disso é Ângela Barreto, a luso-holandesa que fugiu para se casar com o português Fábio Poças, no verão de 2014, conta o Expresso. No ano seguinte, terá convencido através da internet três menores holandesas a rumar ao ‘califado’ e é alvo de um mandado de captura das autoridades holandesas desde dezembro de 2016.
No caso dos menores, escreve o semanário, o caso é ainda mais complexo. Várias fontes apontam para a existência de 10 a 20 crianças filhas de jihadistas com raiz portuguesa e o último relatório de segurança interna alerta para a possibilidade de serem já “enformados pela ideologia jihadista” e “expostos durante anos” à violência do Daesh, considerando as suas práticas “normais, legítimas e adequadas”.
Fonte: ZAP