Há cada vez mais casos de bullying a aparecerem nas escolas, inclusive nas de Castelo de Paiva. Há casos de violência, quer ao nível psicológico como físico, a decorrerem no recinto do agrupamento, bem como em plenas redes sociais.
Segundo informações que chegaram à redação do Jornal Digital Paivense, há casos de fotografias de nudez de jovens que têm vindo a ser veiculadas na internet como forma de pressionarem as vítimas, “e humilharem quem que confiou, talvez em demasia, em alguém, numa idade muito tenra em que ainda não se tem consciência real dos perigos”.
No entanto, os casos de bullying aparecem também nas próprias salas de aulas e recreios escolares. É o caso de “Maria” (nome fictício para proteção da menor) que, segundo indicado por fonte próxima da vítima tem vindo a sofrer nos últimos anos de bullying na sala de aula.
O medo desta menor é crescente e já chega a ponderar não voltar à escola, já que é o segundo ano consecutivo que se sente alvo destes atos de violência, que já não é só psicológica, mas sim física. O medo em divulgar estes casos até à direção é frequente.
Segundo conta a especialista em hipnoterapia, Inês Marçal, que já fez o acompanhamento de diversas crianças nestas situações, salienta que é “frequente ver os autores dos atos de violência a chantagearem as vítimas, com ameaças como ‘se contas faço-te bem pior’, o que leva a que muitas crianças e jovens deixem que a situação se agrave”.
A mesma fonte que relatou as situações indicou que o Agrupamento de Escolas de Castelo de Paiva tem feito um acompanhamento das situações, embora as crianças “tendam a temer cada vez menos as punições aplicadas pela escola, sendo que, mesmo com a intervenção do ano anterior, por parte do Agrupamento, o bullying persiste”.
Como os pais devem lidar com o Bullying
A especialista em hipnoterapia, Inês Marçal, falou-nos deste problema, a partir da sua visão de especialista que convive diariamente com pais que chegam ao seu consultório preocupados com a violência à qual os seus filhos estão a ser expostos.
Estamos numa época onde, infelizmente, há cada vez mais casos de violência entre os jovens tanto a nível da comunidade escolar, como a nível das redes sociais. Há, igualmente, menos atenção e falta de tempo da parte dos pais para com os filhos, originando duas realidades completamente contraditórias que não deveriam existir.
Inês Marçal salienta que “cada vez mais se houve falar em suicidio juvenil e muitos pais, e a sociedade, não conseguem entender os motivos que levam esses jovens a cometer a maior loucura da vida: morrer”.
“Entendam que jovens que são vitimas deste tipo de violência sofrem, muitas vezes, em silêncio e precisam de alguém que os possa proteger porque, no fundo, o que eles sentem é medo. E isto tem de mudar, porque nenhuma criança merece ser desrespeitada. Para tudo melhorar temos de estar todos dispostos à mudança, temos de dar uma vida melhor e merecida aos jovens do futuro”, frisou.
Inês Marçal deixou algumas considerações sobre o tema, que ainda é pouco debatido na sociedade.
Para existir essa mudança primeiro é preciso acreditar em três pontos:
- Bullying não é brincadeira
- Depressão não é drama
- Suicidio não é para chamar a atenção
As próximas medidas a serem tomadas, por vocês pais são, sem dúvida, as mais dificeis e as mais importantes:
- Tirem um tempinho todos os dias para estar com os vossos filhos.
- Perguntem a eles se gostam da escola
- Mostrem que são pessoas em que eles podem confiar
- Ensinem a respeitar as diferenças e as qualidades do próximo
- Estejam atentos às redes sociais deles
- Percebam quem são os amigos deles
“Vocês nunca vão conseguir controlar tudo, mas se conhecerem os vossos filhos e lhes derem um bocadinho de atenção todos os dias, vão perceber quando algo de errado acontece”
A especialista acredita que “a comunicação e a confiança entre pais e fillhos vale muito”.
Façam com que eles fiquem orgulhosos por saberem que podem confiar em vocês e irão descobrir todas as batalhas mais difíceis da vida deles.
Existe uma linha de apoio para estes casos:
Linha SOS Bullying
Telef.: 808 962 006 [2ª a 6ª f. das 11h00 ao 12h30 e das 18h30 às 20h]
e-mail: bulialuno@anprofessores.pt
Saiba mais sobre este tema a partir do documento disponibilizado pela APAV: FOLHA INFORMATIVA BULLYING