Um pedido feito numa escola pública de Castelo de Paiva para que os alunos adquirissem uma calculadora específica para as aulas de matemática gerou controvérsia entre pais e encarregados de educação. O equipamento, considerado caro por muitos, levantou questões sobre a adequação de exigências deste tipo numa instituição pública, onde alunos de diferentes condições económicas frequentam as mesmas turmas.
O debate intensificou-se pelo facto de o pedido ser independente do escalão de apoio das famílias, ou seja, todos os alunos, independentemente da sua situação económica, precisam adquirir o material. Esta situação provoca desconforto entre os estudantes que não conseguem atender à exigência, o que pode levar a pressão social e até ao comprometimento do desempenho nas aulas.
A questão reflete a necessidade de avaliar práticas pedagógicas que, apesar de bem-intencionadas, podem não ser acessíveis para todos, especialmente em contextos de educação pública.
“No meu caso, a questão não é sobre o poder de compra, mas sim sobre o senso de justiça e lógica. Não faz sentido, e penso também naqueles que não podem comprar ou que têm de abdicar de coisas importantes, como adquirir medicamentos, por exemplo,” relatou um pai que preferiu manter o anonimato.