Os analistas acreditam que o resultado das eleições este domingo, 6 de outubro, tendem a dar uma vitória para os socialistas, não por maioria absoluta. Segundo o Banco de Investimento alemão Commerzbank, Costa “não deverá ter grandes problemas em encontrar um partido que lhe dê apoio parlamentar, seja o BE, o PCP ou o PAN“ a beneficiar-se dos “bons desenvolvimentos económicos” dos últimos anos.
No entanto, o mesmo banco alerta que, na verdade, as coisas podem não estar tão bem como dizem as propagandas socialistas e o país pode enfrentar alguns problemas, caso Costa seja reeleito e siga com a mesma política económica.
Em comunicado o banco alemão afirma que “quando se olha para a economia de Portugal mais de perto, nem tudo é tão positivo quanto parece, à primeira vista. Há bastantes riscos que se estão a acumular para o longo prazo“, avisa o banco alemão.
Em nota enviada aos investidores, o economista Ralph Solveen lembra que “a descida do défice orçamental tem-se devido, principalmente, ao bom momento económico e à queda significativa da despesa com juros da dívida“, que se deve à política de estímulos seguida pelo BCE e ao facto de Portugal, nesse contexto, ter conseguido recuperar os ratings de qualidade por parte das agências de notação financeira.
Ralph Solveen aponta que “quando olhamos para o saldo primário estrutural — isto é, o equilíbrio das contas excluindo pagamentos de juros de dívida e fatores cíclicos e — este tem-se mantido na mesma”.
O que “preocupa ainda mais” o banco alemão, porém, é que a competitividade de Portugal esteja “novamente sob pressão”. Ralph Solveen aponta que o indicador dos “custos unitários do trabalho está novamente a subir de forma mais acentuada, desde 2016, do que o resto da zona euro. Se esta tendência de encarecimento dos custos do trabalho continuar, isto poderá colocar sob pressão o setor industrial, em especial, o que no longo prazo pode exercer uma grande pressão sobre a economia como um todo”, assinala Ralph Solveen.