Pela quarta vez este ano, os técnicos de diagnóstico e terapêutica estão em greve, exigido que o Governo aceite as propostas dos sindicatos de tabela salarial e as regras de transição para a nova carreira.
Os técnicos de diagnóstico e terapêutica iniciaram às 00h00 desta segunda-feira uma greve de 24 horas para exigir a revisão da carreira e vão realizar uma manifestação frente ao Parlamento, onde são esperados milhares de trabalhadores, segundo os sindicatos.
A greve, a quarta este ano, visa protestar contra as “últimas propostas apresentadas pelo Governo, que não vão ao encontro da reivindicação deste grupo profissional, relativamente à regulamentação da carreira”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, Luís Dupont.
A paralisação irá afetar praticamente todos os serviços de saúde, com “especial incidência” nos blocos operatórios, altas e internamentos hospitalares, diagnósticos diferenciados, planos terapêuticos em curso e distribuição de medicamentos. A greve prevê o cumprimento de serviços mínimos, abrangendo tratamentos de quimioterapia e radioterapia e situações de urgência.
Tal como aconteceu nas greves nacionais anteriores, realizadas em maio, junho e julho, os sindicatos esperam “uma forte adesão e uma forte participação dos trabalhadores” à paralisação, bem como à manifestação que está agendada para as 14h00 no Marquês Pombal, em Lisboa, de onde seguirão para a Assembleia da República, disse Luís Dupont.
Para o dirigente sindical, a manifestação “tem condições para superar a última manifestação realizada a 24 de maio em frente ao Parlamento e que foi uma das maiores alguma vez realizada por este grupo profissional”.
A greve é convocada pelo Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, pelo Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, pelo Sindicato dos Fisioterapeutas Portugueses e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com fins públicos.
Os sindicatos protestam contra “a intenção do Governo de encerrar o processo negocial da revisão da carreira” sem acordo com as associações sindicais e exigem uma tabela salarial que respeite as suas habilitações profissionais e a sua aplicação a 1 de janeiro de 2018.
Reclamam ainda ao Governo que aceite as regras de transição para a nova carreira, “o correto descongelamento das progressões” e o “fim de todas as bolsas de horas ilegalmente constituídas, sem o acordo escrito do trabalhador, com o pagamento integral como trabalho extraordinário”.
Os técnicos de diagnóstico e terapêutica são constituídos por 19 profissões e abrangem áreas como as análises clínicas, a radiologia, a fisioterapia, num total de cerca de 10 mil profissionais que trabalham nos serviços públicos de saúde.
Fonte: ZAP