Ficar em frente a computadores para navegar na internet, aceder redes sociais ou jogar videojogos tem impacto negativo no bem-estar de adolescentes.
A tese é de uma pesquisa conduzida por três académicos das universidades da Georgia e de San Diego, nos Estados Unidos, publicada neste ano. Os investigadores analisaram dados de um levantamento anual feito no país com respostas de mais de 1 milhão de crianças.
Os investigadores observaram os índices de bem-estar, entendido como uma sensação a partir de diversos critérios, e identificaram uma queda brusca, desde 2012, em aspetos como autoestima, satisfação com a vida e felicidade.
O estudo revelou também uma redução no sentimento de satisfação como um todo, menos entusiasmo dos jovens na relação com amigos e na diversão e queda da sensação de segurança.
Ao procurar as causas da redução, chegaram à conclusão que quanto maior o uso de computadores e dispositivos eletrónicos, menor o bem-estar relatado pelos adolescentes entrevistados. Aqueles que usam meios eletrónicos por seis ou mais horas tiveram índices de infelicidade quase o dobro da média.
As atividades de maior impacto negativo foram: navegar na internet, jogar videojogos e aceder a redes sociais. Os adolescentes que gastam muito tempo em redes sociais apresentaram índice 68% maior de infelicidade. O efeito negativo sobre o bem-estar foi maior entre os adolescentes de menor idade do que entre os mais próximos da vida adulta.
Já aqueles jovens que passam menos tempo em frente a ecrãs e que realizam outras atividades disseram-se mais felizes. Entre as atividades relacionadas estão estudos, passeios, prática de desporto e interações sociais presenciais com a família, amigos e conhecidos.
“A combinação de interações sociais presenciais menores (que estimulam o bem-estar) e o uso de comunicações eletrónicas mais constante (que impactam negativamente o bem-estar) podem ser duas causas possíveis e relacionadas do declínio do bem-estar psicológico”, afirmaram os autores no estudo.
Um dos fatores que estimulou o maior consumo de serviços eletrónicos, na avaliação dos autores é a disseminação de smartphones. Segundo o estudo, a presença de smartphones entre adolescentes saltou de 37% em 2012 para 73% em 2015.
Além disso, o tempo crescente que os jovens gastam no uso de dispositivos eletrónicos tem impacto na qualidade do sono e pode, acrescentam os autores, levar ao vício.
Fonte: ZAP