Pouco mais de um mês após o fim da operação do grupo turístico Thomas Cook, os prejuízos contabilizáveis ultrapassam os 20 milhões de euros, mas o valor pode ser ainda maior.
Elidérico Viegas, presidente da AHETA, revelou ao Diário de Notícias que os dados do inquérito evidenciam que foram, pelo menos, “afetadas 32 empresas hoteleiras no Algarve, a que correspondem mais de 32 estabelecimentos, e que os prejuízos decorrentes de faturação emitida e não paga ascendem a 15 milhões de euros“, respeitando aos meses de julho, agosto e setembro.
“E deve haver mais dívidas atrasadas”, disse. A este montante “há que juntar perto de três milhões de euros respeitantes a clientes que já tinham reservado férias e não vieram por via da insolvência da Thomas Cook”, frisa ainda.
João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, lembrou que o primeiro balanço apontava para dívidas aos hotéis de 4,8 milhões de euros, mas “houve empresas que optaram por não divulgar os prejuízos“. “O valor é superior? É.”
O Turismo de Portugal defende que “a relevância da Thomas Cook já vinha a diminuir nos últimos tempos”, representando “apenas dez mil turistas desembarcados no Aeroporto de Faro, ou seja, 0,2% do total de passageiros”.
Na Madeira, as contas refletem prejuízos de 1,8 milhões de euros. Com base num levantamento às empresas hoteleiras e de animação turística da região (com participação facultativa), a associação concluiu que havia 615 clientes da Thomas Cook que estavam hospedados no arquipélago aquando do anúncio da falência, a 23 de setembro. Até ao final do ano, contabilizavam-se 1806 reservas, a que correspondiam 13 mil dormidas.
Segundo informações de que dispõe, havia grupos hoteleiros com grande exposição à Thomas Cook, nomeadamente com 60% da operação contratada com o grupo britânico.
Jorge Veiga França, presidente da Câmara de Comércio e Indústria da Madeira (ACIF), sublinhou que nas empresas de animação turística, pequenas e microssociedades, a situação “é muito preocupante“.
Através do levantamento, a ACIF concluiu que há 55 mil euros em dívida nas três empresas que responderam ao inquérito, isto, de um universo de mais de 280. Há a contabilizar reservas no valor de 90 mil euros. Segundo a Associação de Promoção da Madeira, o operador movimentava anualmente cerca de 60 mil pessoas, com metade a serem afetadas pela insolvência.
Por sua vez, o Turismo de Portugal considera que o impacto “foi reduzido” na Madeira, “uma vez que a Thomas Cook operava a nível de pacotes turísticos e não de voos diretos”.
Fonte: ZAP