Trabalhadores da EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) vão protestar hoje em frente à sede da CP – Comboios de Portugal, reivindicando aumentos de salários para os funcionários da empresa.
O protesto “Ocupemos as Escadinhas”, promovido pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) e pela Comissão de Trabalhadores da EMEF, considera que a melhoria de salários deve acompanhar os resultados positivos da empresa.
“O processo que se desenvolveu na CP e que terminou com o acordo no mês de fevereiro é sustentado nas declarações da administração de que há uma melhoria de resultados da empresa e que os trabalhadores devem ser premiados por esse esforço”, disse à agência Lusa, José Manuel Oliveira, coordenador do SNTSF.
O sindicalista espera que os trabalhadores da EMEF sejam tratados de maneira semelhante aos da CP, detentora da empresa, uma vez que ambos têm papéis igualmente importantes.
“Os resultados positivos da CP, quer no número de passageiros, quer mesmo nos resultados económico-financeiros, têm também um contributo muito grande dos trabalhadores da EMEF, já que são estes que asseguram a disponibilidade do material circulante em condições de segurança e de fiabilidade para fazer o transporte de passageiros” acrescentou José Manuel Oliveira.
“Achamos que é de toda a justeza o mesmo tratamento face a uma atualização salarial, tendo como referência aquilo que foi feito na CP, que é a empresa que detém a 100% o capital social da EMEF”, finalizou.
A EMEF é uma empresa pública, detida a 100% pela CP – Comboios de Portugal, que emprega cerca de 1.000 trabalhadores, que asseguram a manutenção do material circulante (comboios).
Em janeiro, a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) divulgou a intenção da CP de manter a EMEF a trabalhar apenas para a CP e de criar dois Agrupamentos Complementar de Empresas (ACE), um para a reparação do material do Metro do Porto e o outro para a reparação de material circulante de mercadorias.
A FECTRANS considera que a criação dos ACE abre a “porta à entrada de privados em dois setores importantes da EMEF”.