Muitos sectores da sociedade não estão a andar bem, inclusive nos países desenvolvidos. Apesar dos avanços recentes contra a desigualdade, algo ainda está muito mal e a prova disto são os inúmeros protestos e as crises políticas e económicas que são notórias em vários países europeus, mas não apenas cá.
Esta constatação tornou-se ainda mais evidente com a divulgação do Ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2019. Este relatório é produzido anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e foi divulgado nesta segunda-feira (9) e mostra que as coisas andam mal também em Portugal.
Embora tenha subido uma posição no ranking (de 41 para 40), Portugal é o país com pior índice de desenvolvimento humano da Europa Ocidental, inclusive abaixo de alguns países do Leste Europeu.
O que diz o relatório?
Ao ler o relatório é possível constatar dados alarmantes sobre o estado da desigualdade no mundo hoje. A distribuição desigual em educação, saúde e padrão de vida está a estagnar o progresso de vários países. A estimativa é que 20% dos avanços feitos nos últimos anos já não mais existem.
Ranking do desenvolvimento humano 2019
O ranking avalia 189 lugares, entre países e territórios, de acordo com a média dos avanços feitos em três aspetos: esperança de vida, educação e renda per capita. Deste modo é feito o cálculo que corresponde ao IDH, que é o índice de desenvolvimento humano. Quanto mais próxima de 1 a pontuação, mais desenvolvido é o local.
Na edição 2019 do ranking do desenvolvimento, poucas novidades. Estados Unidos e Reino Unido estão na mesma posição, que é, ainda, a mesma do ano passado, a 15ª, o que o índice coloca como estagnação. Países como Grécia (32), Lituânia (34), Eslováquia (36), Eslovênia (26), República Checa (26), Estónia (30) e até mesmo no Oriente Médio a Arábia Saudita (36) e Israel (22).
Até agora, não houve nenhuma manifestação do governo português sobre os dados divulgados pela ONU. Recorde-se que em 2008, Portugal era o 29 no ranking do IDH, depois em 2010 passou a ser o número 40, onde está praticamente estagnado desde então.