Para garantir a segurança dos Estados-Membros no combate à pandemia de covid-19, a Comissão Europeia já adquiriu de pelo menos mil milhões de doses de vacinas contra a covid-19.
A Comissão Europeia já assegurou a compra de mais de mil milhões de doses de potenciais vacinas contra a covid-19, abrangendo quatro contratos já fechados e dois ainda em negociação.
Se todas estas vacinas se demonstrassem seguras e eficazes (o que é altamente improvável) as doses encomendadas poderiam dar para vacinar toda a população da União Europeia.
Contudo, pode haver alguns entraves. Pelo menos uma das vacinas experimentais adquiridas por Bruxelas ainda está em fase preliminar de testes e algumas exigem ainda dupla vacinação para terem o efeito desejado, o que corta para metade o seu alcance e distribuição. Para além disso, nenhuma foi, até ao momento, aprovada pelos reguladores.
Num cenário mais negro, em que nenhuma das quatro vacinas se revele eficaz e segura, a UE poderá não ter nenhuma vacina disponível, avança o ECO.
Numa conjuntura mais positiva, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças admite que as primeiras injeções possam ser dadas até março. “De uma forma otimista, no primeiro trimestre do próximo ano, mas não posso ser mais preciso”, prevê a diretora do ECDC, Andrea Ammon, em entrevista à “Reuters”.
Apontar uma data certa é, ainda impossível, porque ainda nenhum consórcio terminou a terceira e última fase dos ensaios clínicos, mas há uma esperança para a primavera, avança o JN.
Segundo um balanço feito pelo Infarmed, e somando o novo contrato que foi assinado esta quarta-feira entre a Comissão Europeia e o consórcio Pfizer/BioNTech, Bruxelas já garantiu um potencial de mil milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Juntando a possibilidade de compra adicional de 100 milhões de doses prevista no contrato com esse mesmo consórcio, o número alcança assim um total de 1.100 milhões de doses.
Em causa está a compra de 300 milhões de doses da vacina de vetor viral contratada com o consórcio AstraZeneca e Universidade de Oxford, que está em fase três do ensaio clínico, e da qual se esperam os primeiros resultados mais perto do fim do ano.
Está ainda fechada a compra de 200 milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson, que também está na fase três de ensaio clínico, a última antes do pedido de aprovação.
Há ainda um quarto contrato assinado para a compra de 300 milhões de doses da vacina da Sanofi-GSK, que está ainda em fase um e fase dois de ensaio clínico.
Às 1.100 milhões de doses de vacinas poderão juntar-se outras mais em breve. Segundo anunciou a Comissão Europeia, foram já concluídas negociações exploratórias para a compra de doses das vacinas da CureVac e também da Moderna.
Esta semana, o consórcio Pfizer/BioNTech revelou que a sua vacina genética tem “mais de 90%” de eficácia a proteger a Covid-19, passando para a frente da “corrida”.
Esta quarta-feira, a Comissão Europeia anunciou ter fechado a compra de 200 milhões de doses dessa vacina experimental, com a possibilidade de adquirir mais 100 milhões se esta se mostrar verdadeiramente eficaz e segura. No entanto, esta vacina tem de ser administrada em duas doses.
Polémica na Pfizer
O presidente executivo da Pfizer, Albert Bourla, está no centro de uma polémica por causa da venda de ações da empresa no dia em que a farmacêutica anunciou dados positivas contra o novo coronavírus, e que as ações disparam em bolsa.
A venda de 132.508 ações, a 41,94 dólares cada, ascendeu a 5,6 milhões de dólares (cerca de 4,6 milhões de euros), de acordo com a informação enviada à entidade de supervisão do mercado de capitais norte-americano, a Securities and Exchange Commission (SEC). Face à cotação das ações na sessão anterior ao anúncio da novidade (sexta-feira), Bourla ganhou mais 734 mil dólares, cerca de 624 mil euros.
Segundo o mesmo documento, a transação fazia parte de um plano programado, estabelecido pelo CEO, para vender periodicamente algumas ações da Pfizer, detidas no âmbito do seu plano de remunerações. E que essa ordem de venda foi dada pelo CEO da farmacêutica em 19 de Agosto.
Entretanto, o CEO da farmacêutica disse à canal de televisão CNN que só soube do anúncio dos resultados relativos à eficácia da vacina um dia antes de serem tornados públicos.
Fonte: ZAP